História

ORGULHO PARAIBANO: Conheça os quatro jogadores nascidos no estado que defenderam a seleção em Copas do Mundo

O Brasil é o único país a participar de todas as Copas do Mundo, desde a sua criação em 1930. Isolado como maior ganhador com cinco conquistas, o escrete canarinho é reconhecido em todo mundo pelos grandes jogadores e estilo de jogo ofensivo e criativo. A Paraíba não poderia ficar de fora dessa festa e conseguiu exportar jogadores importantes em várias edições do torneio, inclusive um tetracampeão em 1994.

Foto: Marcelo Júnior/ Polêmica Paraíba

O Brasil é o único país a participar de todas as Copas do Mundo, desde a sua criação em 1930. Isolado como maior ganhador com cinco conquistas, o escrete canarinho é reconhecido em todo mundo pelos grandes jogadores e estilo de jogo ofensivo e criativo.

A Paraíba não poderia ficar de fora dessa festa e conseguiu exportar jogadores importantes em várias edições do torneio, inclusive um tetracampeão em 1994.

Nessa matéria nós iremos mostrar a história dos nosso conterrâneos e a importância que eles tiveram para nossa seleção.

Foto: Marcelo Júnior/ Polêmica Paraíba

Índio = 1954

Considerado por muitos como o primeiro grande craque nascido no estado, Aluísio Francisco da Luz, o Índio, nasceu em 1 de março de 1931 na cidade de Cabedelo. Por volta de meados de 1938, em função da morte do pai, Índio e sua família saíram do estado e foram morar no Rio de Janeiro, onde já residia seu irmão mais velho.

Jogando por um time amador em Bangu, foi descoberto por um outro paraibano ilustre, Togo Renan Soares, o Kanela, técnico bicampeão mundial de basquete nos anos 50 e tio do humorista Jô Soares. Kanela que também era técnico do time de basquete do Flamengo, levou o conterrâneo para o time juvenil do rubro-negro.

Índio fez carreira na Gávea e é até hoje, o décimo maior artilheiro da história do clube, com 144 gols em 218 jogos, sendo um dos principais nomes do time que foi tricampeão carioca nos anos 50, ao lado de outros craques, como Zagallo, Evaristo de Macedo e Joel. Suas boas atuações o levaram a seleção comandada por Zezé Moreira. Após ficar na reserva durante as eliminatórias e nos dois primeiros jogos do Brasil na Copa de 1954, Índio entrou no lugar de Baltazar nas quartas de final, na famosa batalha de Berna contra a poderosa Hungria, de Czibor, Kocsis e Puskas.

O paraibano jogou bem, inclusive sofrendo o pênalti cobrado pelo lateral Djalma Santos, mas não conseguiu parar a máquina húngara que venceu por 4 x 2 em um jogo marcado, por uma batalha campal, contando com a participação dos dois times, as comissões técnicas e jornalistas que trocaram socos e chutes por mais de 20 minutos.

Após sair do Flamengo em 1957, Índio foi jogar no Corinthians, onde continuou a ter boas atuações, que o fizeram participar da Copa América de 1957 e das eliminatórias para Copa de 1958, em que o paraibano fez seu gol mais importante com a amarelinha, ao empatar o jogo contra o Peru em Lima, que foi primordial para classificação do Brasil para Suécia. Infelizmente Índio se machucou durante a preparação para o torneio e foi substituído por um jovem Pelé, de apenas 17 anos, desconhecido do grande público e que começava a despontar no Santos.

Índio foi para a Europa em 1959, para jogar pelo Espanyol, também passou por Lusitano e Sanjoanense de Portugal, encerrando a carreira no América – RJ em 1965. Índio trabalhou como professor de Educação Física em escolas da Zona Norte e da Baixada Fluminense, em escolinhas de futebol e também em projetos sociais, até se aposentar. O paraibano faleceu no dia 19 de abril de 2020, aos 89 anos, vitimado pelo COVID – 19.

Foto: Marcelo Júnior/ Polêmica Paraíba

Júnior = 1982 e 1986

O maior jogador da história da Paraíba, Leovegildo Lins Gama Júnior, o Júnior, nasceu em João Pessoa no dia 29 de junho de 1954. Seguindo o exemplo de Índio, Júnior foi morar no Rio de Janeiro ainda criança, onde foi descoberto pelo ídolo flamenguista Modesto Bría que o levou para testes na base do rubro-negro.

Em apenas um ano nas categorias de base, teve sua primeira oportunidade entre os profissionais. Atuando como lateral-direito, estreou em 1974, obtendo destaque logo de cara. Em 1976, dois anos após sua profissionalização, uma mudança definitiva marcaria sua carreira. O treinador Cláudio Coutinho improvisou Júnior na lateral-esquerda. Nesta posição, ele se transformou em um dos maiores jogadores brasileiros de todos os tempos.

Júnior disputou as Olimpíadas de Montreal, em 1976, depois dos Jogos Olímpicos, integrou uma lista da CBD com 72 jogadores que seriam observados por Cláudio Coutinho durante o Campeonato Brasileiro de 1977, tendo vista a Copa do Mundo da Argentina no ano seguinte. Foi preterido pelo técnico flamenguista, que preferiu improvisar o zagueiro Edinho como lateral na Copa.

Após ganhar quatro campeonatos cariocas, dois brasileiros, libertadores e mundial, Júnior era um dos principais nomes do esquadrão montado por Telê Santana para o Mundial da Espanha em 1982. Ao lado de Falcão, Sócrates e Zico, o paraibano fez parte de uma das maiores injustiças do futebol, após uma primeira fase primorosa e um baile contra a Argentina, onde Júnior fez o terceiro gol, o Brasil precisava de um empate contra a Itália para disputar a semifinal contra a Polônia.

No jogo que ficou conhecido como a Tragédia do Sarriá, a seleção perdeu para os italianos por 3 x 2 com um show de Paolo Rossi, destruindo o sonho de toda uma geração que prezava pelo futebol bonito em detrimento do jogo feio resultadista. Após o Mundial, Júnior venceu mais um Brasileiro em 1983, saindo para jogar no futebol italiano, atuando por Torino e Pescara.

Após tentativas frustradas com Carlos Alberto Parreira e Edu, a CBF chama de volta Telê, que mescla jogadores experientes e revelações que formaram o time que foi ao México em 1986. Abrindo espaço para o jovem Branco na lateral-esquerda, Júnior foi titular em todos os jogos no meio de campo, ao lado de Elzo, Alemão e Sócrates. O time chegou as quartas de final, para enfrentar a França de Giresse, Tigana e Platini, que tinha sido campeã europeia em 1984.

Em jogo nervoso, Júnior deu o passe para o gol de Careca que abriu o placar para seleção. Após a França empatar com Platini, a seleção teve azar na disputa por pênaltis, Sócrates e Júlio César desperdiçaram suas cobranças e os franceses selaram a classificação com o gol de Luís Fernandez.

Voltando ao Flamengo em 1989 mesmo veterano, Júnior se reinventou como camisa 10, ganhando o Brasileiro de 1992, uma Copa do Brasil em 1990 e outro carioca em 1991. Ele voltou a seleção, participando de vários amistosos em 1992, mas decidiu se aposentar no ano seguinte, como o jogador com maior número de jogos na história do clube, com 876 partidas. Hoje em dia, Júnior é o principal comentarista da TV Globo e será o companheiro de Galvão Bueno no último Mundial do icônico narrador.

Foto: Marcelo Júnior/ Polêmica Paraíba

Mazinho = 1990 e 1994

Iomar do Nascimento, simplesmente Mazinho, é o único jogador da lista a ter jogado em um clube paraibano. Nascido em 8 de abril de 1966, na cidade de Santa Rita, Mazinho começou a carreira no Santa Cruz da mesma cidade, inclusive jogando um Campeonato Paraibano, com apenas 16 anos. Foi para o Vasco da Gama logo depois, onde se tornou um dos maiores jogadores da história, do clube cruz-maltino.

Lateral-direito de origem, o paraibano subiu para o profissional em 1985, ao lado de Romário. Titular incontestável a partir de 1987, Mazinho foi medalha de prata nas Olímpiadas de Seul em 1988, também foi bicampeão carioca e Campeão Brasileiro em 1989, sendo eleito melhor lateral em três torneios seguidos. No mesmo ano, foi Campeão da Copa América em casa, onde se tornou peça fundamental do esquema com três zagueiros de Sebastião Lazaroni.

No ano seguinte Mazinho se transfere para o Lecce da Itália, onde mesmo sendo titular em todos os jogos não conseguiu salvar o clube do rebaixamento. No Mundial  de 1990 realizado na terra da pizza, Mazinho foi preterido por Jorginho do Bayer Leverkusen, não atuando em nenhum dos quatro jogos do time, que perdeu para Argentina de Maradona e Caniggia, nas oitavas de final.

Após a Copa, Mazinho foi para Fiorentina onde teve rápida passagem, retornando ao Brasil, para jogar pelo Palmeiras no começo da era Parmalat. No alviverde o paraibano foi bicampeão brasileiro em 93 e 94. Suas boas atuações o credenciaram a uma convocação no time de Carlos Alberto Parreira, mas com sua mudança da lateral-direita para a volância. Na Copa dos Estados Unidos, Mazinho ganhou a posição do capitão e camisa 10 Raí, formando um meio campo coeso ao lado de Dunga, Mauro Silva e Zinho que levou a seleção para a final contra a Itália de Baresi, Maldini e Roberto Baggio.

Na final Mazinho jogou os 120 minutos do empate por 0 x 0, mas não bateu uma das cobranças do time na disputa por pênaltis, que se encerrou com o chute para fora de Baggio. Mazinho se tornou aos 28 anos, o único paraibano campeão do mundo se transformando no maior filho pródigo de Santa Rita.

Mazinho jogou por Valencia, Celta de Vigo e Elche na Espanha, encerrando a carreira no Vitória da Bahia em 2001. Hoje em dia Mazinho atua como empresário, e tem dois filhos famosos jogando em clubes importantes do mundo, Rafinha que já foi do Barcelona e do Paris Saint-Germain e Thiago Alcântara que também foi do Barcelona, passou por Bayern de Munique e hoje é um dos principais jogadores da Premier League, atuando pelo Liverpool.

Foto: Marcelo Júnior/ Polêmica Paraíba

Hulk = 2014

Givanildo Vieira de Sousa, o Hulk, nasceu em 25 de julho de 1986 na cidade de Campina Grande. Ainda na adolescência Hulk saiu do estado, para tentar ser jogador profissional, após passar por Vilanovense e São Paulo, foi no Vitória que o paraibano se profissionalizou em 2004. Após apenas dois jogos no clube baiano, foi vendido para o Kawasaki Frontale do Japão, que o repassou por empréstimo para o Consadole Sapporo e Tokyo Verdy que o comprou em 2008.

No mesmo ano, Hulk se transferiu para o Porto, onde rapidamente se tornou um ídolo mundialmente conhecido, Ao lado de nomes como Falcão Garcia, Hélton e James Rodríguez, o paraibano foi Campeão Português quatro vezes e Campeão da Liga Europa no ano de 2011.

Hulk se mudou para o Zenit da Rússia em 2012, por 60 milhões de euros, em uma das transferências mais caras da década passada. Mesmo sofrendo repetidos casos de racismo, o paraibano se tornou ídolo, ganhando um Campeonato Russo e se firmando como um dos principais jogadores da Europa.

Em 2009 foi convocado pela primeira vez para seleção, mas foi a partir de 2011 que Hulk foi figura cativa no time de Mano Menezes, no ano seguinte foi chamado como um dos três jogadores acima dos 23 anos, para a Olímpiada de Londres, onde foi medalha de prata, inclusive tendo feito o gol do Brasil na final contra o México. Mesmo com a entrada de Felipão no comando da amarelinha, Hulk continuou a ser um dos principais nomes do time que foi Campeão da Copa das Confederações de 2013, com o paraibano sendo titular em todos os jogos, dando duas assistências na final contra a Espanha que a seleção venceu por 3 x 0.

Titular absoluto do time favorito para o Mundial realizado no Brasil em 2014, Hulk não repetiu as boas atuações da Copa das Confederações, mas mesmo assim foi titular em cinco dos 7 jogos do Brasil, inclusive participando no fatídico 7 x 1 contra a Alemanha na semifinal, que selou a maior vergonha da história da seleção brasileira.

Hulk ainda foi chamado por Dunga para a Copa América de 2016, mas nunca mais teve o mesmo prestígio na seleção. No mesmo ano, ele se transferiu para o Shanghai SIPG da China, onde ficou por quatro anos, se tornando um dos jogadores mais bem pagos do mundo nesse período, Em 2021 realizou o sonho de voltar para o Brasil, decidindo jogar no Atlético-MG, após um começo turbulento, Hulk foi o craque do país no ano, conquistando a Copa do Brasil e o Brasileirão. Com problemas físicos e sem as mesmas atuações do ano passado, o paraibano não foi testado por Tite e ficou de fora da Copa do Catar.

 

 

 

Fonte: Vitor Azevêdo
Créditos: Polêmica Paraíba