A um mês do início da Copa do Mundo, o jogador Neymar enfrenta a partir desta segunda-feira (17) um julgamento, na Espanha, por supostas irregularidades em sua transferência ao Barcelona, em 2013. Desde 2017, o jogador defende o Paris Saint-Germain (PSG).
O atacante chegou ao tribunal, em Barcelona, ao lado dos pais, também processados no caso, mas foi liberado mais cedo, pois havia disputado um jogo no domingo (16) à noite e estava cansado.
Neymar é acusado do crime de corrupção empresarial. Também são processados seus pais, os ex-presidentes do Barcelona Sandro Rosell e Josep Maria Bartomeu e o ex-presidente do Santos Odílio Rodrigues Filho.
Os outros acusados são três pessoas jurídicas: Barcelona, Santos e a empresa fundada pelos pais de Neymar para administrar sua carreira.
O grupo DIS, que possuía 40% dos direitos econômicos do atacante na época em que ele defendia o Santos, diz que Neymar praticou corrupção privada e estelionato em razão de contratos simulados na época da venda.
O contrato firmado entre Santos e Barcelona foi divulgado na ocasião como sendo de 17 milhões de euros (R$ 71 milhões). Documentos mostram que o valor da negociação do atleta, feita em 2013, já bateu a casa dos 90 milhões de euros (R$ 385 milhões), de acordo com advogados do caso.
Pré-acordo secreto
Antes acontecerá outro depoimento muito aguardado, quando o presidente do Real Madrid, Florentino Pérez, testemunhará na terça-feira 18 por videoconferência para explicar, a pedido da DIS, como o pré-acordo assinado em segredo entre o Barça e o jogador em 2011 influenciou o mercado.
O FC Barcelona anunciou em um primeiro momento que a contratação de Neymar custou 57,1 milhões de euros (40 milhões para a família e 17,1 para o Santos), mas a justiça espanhola calculou que a operação custou ao menos € 83 milhões.
Para o DIS – fundo de investimento esportivo que pertencia ao grupo brasileiro de supermercados Sonda -, o Barça, Neymar e mais tarde o Santos se aliaram para ocultar o valor real da operação por meio de outros contratos dos quais ficou de fora.
A empresa, que adquiriu 40% dos direitos econômicos do jogador em 2009, recebeu 6,8 milhões de euros dos 17,1 pagos oficialmente ao clube brasileiro.
“Neymar Júnior, com a conivência de seus pais e do FC Barcelona, e seus dirigentes no momento, e do Santos FC (…) fraudou os legítimos interesses econômicos do DIS”, afirmou Paulo Nasser, advogado do empresa, que denuncia que os direitos do jogador “não foram vendidos para a maior proposta”.Por considerar-se duplamente prejudicado, tanto por não ter recebido sua parte da transferência real quanto pelo contrato de exclusividade assinado por Neymar e o Barça – que impediu outros clubes de disputar a contratação do atacante -, o fundo DIS pede a restituição dos 35 milhões de euros que calcula ter perdido.
Como acusação particular, o grupo pede ainda cinco anos de prisão para o jogador, Rosell e Bartomeu, além de multas milionárias.
Os advogados de Neymar argumentam, no entanto, que o cliente não cometeu nenhum crime, já que os 40 milhões de euros corresponderam a um “bônus de contratação legal e habitual no mercado do futebol”, e questionam se a Espanha tem a competência legal para o caso.
Fonte: Polêmica Paraíba com Notícias ao minuto
Créditos: Polêmica paraíba