Setor mais sólido da equipe nas últimas temporadas, o sistema defensivo do Botafogo-PB vem deixando bastante a desejar nos últimos meses.
Desde o dia 20 de abril, quando conquistou o Campeonato Paraibano vencendo o Campinense por 2 a 0, no Almeidão, a defesa do Belo, em 14 partidas, sofreu 18 gols, o que não é tão absurdo, mas chama atenção o fato de que as redes do goleiro Saulo só não foram balançadas em uma oportunidade, no empate por 0 a 0 diante do Ferroviário, em Fortaleza, no dia 30 de junho.
O técnico multi-campeão da NBA, principal torneio de basquete estadunidense, Phil Jackson, tem uma frase importante e que por várias vezes foi utilizada por treinadores que a importaram para o futebol: “Ataque ganha jogos, defesa ganha campeonatos”.
E levando os números frios para o principal objetivo botafoguense na temporada, que é o acesso para a Série B do Brasileiro, na terceira divisão de 2019, após onze rodadas, a média de gols sofrida pelo Botafogo-PB é 1,4 por jogo. No formato atual de disputa do torneio, que começou em 2012, a pior média de um clube que conseguiu subir de divisão foi de 1,2, do Paysandu (2012), Mogi Mirim-SP (2014) e Cuiabá (2018).
Os 15 tentos sofridos até então na Série C, para se ter ideia, já são mais que a equipe da Maravilha do Contorno levou em 2016, quando foi eliminado nas quartas de final pelo Boa Esporte-MG, ano em que a defesa foi superada apenas 14 vezes em 20 jogos. No ano passado, quando caiu no mata-mata do acesso para o Botafogo-SP, tomou, também em 20 partidas, apenas três a mais que nesta temporada depois de onze rodadas.
Optando por um esquema de jogo mais ofensivo, utilizando apenas Rogério como volante de contenção desde o início do ano, e inegavelmente tendo conquistado bons resultados no primeiro semestre de 2019, e ainda integrando o G4 do Grupo A, o treinador Evaristo Piza já utilizou quatro duplas de zagas diferentes na Série C, e o problema não se resolve.
Ainda buscando uma solução, novas mudanças podem ser testadas no duelo contra o Santa Cruz, no próximo domingo (14), fora de casa.
Sem os laterais esquerdos Neuton e Fábio Alves, lesionados, Piza deve improvisar o meia Enercino na posição. Mas a novidade no esquema tático que chamou atenção na atividade de quarta-feira (10) foi a entrada do volante Serginho na vaga do atacante Kelvin, fazendo Clayton ser deslocado para a esquerda, liberando Marcos Vinicius pela direita, e deixando Nando, que pode voltar ao time titular, isolado no comando do ataque, e reforçando a proteção à defesa.
Desta forma, os onze que formaram o time no treinamento foram Saulo, Neilson, Fred, Lula, Enercino; Rogério, Serginho; Marcos Vinicius, Marcos Aurélio, Clayton; Nando.
Prestigiado pela diretoria, o treinador busca uma solidez defensiva para voltar a vencer e fazer passar a turbulência que se instalou na Maravilha do Contorno nos últimos dias.
Confira os números as médias de gols sofridos pelas equipes que conquistaram o acesso na Série C desde 2012:
2012:
Oeste (21), Icasa (26), Chapecoense (14), Paysandu (26)
Oeste (0,8), Icasa (1,1), Chapecoense (0,6), Paysandy (1,2)
2013:
Santa Cruz (22), Sampaio Corrêa (26), Luverdense (25), Vila Nova-GO (16)
Santa Cruz (0,9), Sampaio Corrêa (1,1), Luverdense (1,1), Vila Nova-GO (0,7)
2014:
Macaé-RJ (22), Paysandu (25), CRB-AL (22), Mogi Mirim-SP (27)
Macaé-RJ (0,9), Paysandu (1), CRB-AL (1), Mogi Mirim-SP (1,2)
2015:
Vila Nova-GO (16), Londrina (18), Tupi-MG (16), Brasil de Pelotas-RS (20)
Vila Nova-GO (0,6), Londrina (0,7), Tupi-MG, (0,7), Brasil de Pelotas-RS (0,9)
2016:
Boa Esporte-MG (13), Guarani (20), ABC-RN (21), Juventude-RS (23)
Boa Esporte (0,5), Guarani (0,8), ABC-RN (0,9), Juventude-RS (1)
2017:
CSA-AL (14), Fortaleza (20), Sampaio Corrêa-MA (24), São Bento-SP (11)
CSA-AL (0,5), Fortaleza (0,8), Sampaio Corrêa-MA (1,1), São Bento-SP (0,5)
2018:
Operário-PR (21), Cuiabá-MT (27), Botafogo-SP (18), Bragantino (16)
Operário-PR (0,8), Cuiabá-MT (1,2), Botafogo-SP (0,8), Bragantino (0,7)
Fonte: Voz da Torcida
Créditos: Voz da Torcida