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Justiça nega recursos e abre processo contra Neymar por corrupção

A decisão do tribunal da Audiência Nacional é final e, por isso, não cabe recurso

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A Justiça da Espanha rejeitou os recursos apresentados por Barcelona, Santos, a empresa N & N e a mãe de Neymar, Nadine Gonçalves, depois que o juiz José de la Mata ordenou, nesta segunda-feira, a abertura de uma audiência para a ação movida pela empresa DIS por alegar irregularidades na transferência do atacante para o Barcelona.

A decisão do tribunal da Audiência Nacional é final e, por isso, não cabe recurso. Assim, Barcelona, Santos, a empresa N & N e a mãe de Neymar vão ter de responder na Justiça pelas acusações de fraude na venda do jogador para o clube catalão, em 2013, quando deixou o time santista. A N & N é a empresa da família do jogador, que administra a carreira do astro brasileiro.

A Justiça da Espanha ainda vai julgar os recursos apresentados por Josep Maria Bartomeu, presidente do Barcelona, e pelo próprio Neymar. O próximo passo deste caso será definir a data do julgamento.

Na sentença, o juiz indica indício de corrupção na transação. “Há evidências nítidas de envolvimento criminal na investigação (…) como mais uma peça do suposto complô criminoso frustrado, a partir do qual a alegada contratação ilegal produziu benefícios substanciais para a investigação principal”.

Os promotores deste caso estão pedindo pela aplicação de uma sentença de dois anos de prisão e uma multa de cerca de US$ 10 milhões para o jogador e seu pai, Neymar Santos, por crimes de fraude de corrupção, embora seja pouco provável que os dois, se condenados, cumpram pena em regime fechado por se tratarem de réus primários.

Os promotores também defendem que seja aplicada uma multa de cerca de US$ 9 milhões ao Barcelona e de aproximadamente US$ 7 milhões ao Santos.

O caso havia sido iniciado pela empresa DIS, que geria parte dos direitos sobre Neymar quando o brasileiro ainda atuava pelo Santos. A queixa tem, como origem, a divisão do pagamento que o Barcelona deveria realizar na compra do jogador. Para a DIS, ela deveria receber 40% do dinheiro que o clube catalão ou qualquer outro gastaria pela compra do jogador. Mas a empresa insiste que apenas recebeu 17,1 milhões de euros do Barcelona.

As investigações na Espanha acabaram revelando que o valor real pago por Neymar chegou a 83 milhões de euros, o que acabou sendo confirmado pelo Barcelona e levado à queda de sua diretoria na época, quando Sandro Rosell acabou deixando a presidência do clube. Nesta negociação, 40 milhões de euros teriam ido para Neymar por meio de “contratos simulados”.

Para a DIS, uma negociação transparente com outros clubes teria gerado mais dinheiro para a empresa que, ao não saber de outros contratos de Neymar com o Barcelona, considera que foi lesada financeiramente.

Fonte: Estadão