Convencido pelo presidente do Benfica, Luis Filipe Vieira, a voltar a Portugal e comandar o projeto europeu do clube, Jorge Jesus afirmou que o primeiro fator que o levou a retornar a seu país foi, sim, a pandemia da Covid-19. Em entrevista ao canal “TVI”, na última semana, o Mister deixou claro que pesou em sua decisão o desejo de estar perto da família em caso de alguma emergência, em meio ao momento delicado em todo o mundo.
– Vários fatos fizeram que eu tomasse a decisão. Primeiro, a pandemia, e, em segundo, o projeto que o presidente do Benfica me expôs – resumiu.
O técnico pontuou que “não faltava nada” a ele no Brasil e que, antes de Vieira surgir com a proposta de volta ao clube, ele nem mesmo pensava em ir embora – semanas antes, o Mister havia renovado seu contrato com o Flamengo até junho de 2021.
– Vim porque ele me convenceu. Estava fora da minha cabeça não continuar pelo menos mais um ano no Brasil. Só ele poderia me convencer, assim como também a pandemia também teve alguma influência nisso. Comecei a pensar que em Portugal… O vírus está no Brasil e em Portugal, mas aqui estava mais perto dos meus e poderia ser um suporte para a minha família em qualquer coisa que pudesse acontecer. No Brasil não me faltava nada.
Jorge Jesus pontuou que o objetivo que tem na carreira neste momento é vencer a Liga dos Campeões, título que ainda não tem em seu currículo, e também o Mundial de Clubes, lembrando a derrota na final para o Liverpool, no ano passado, com o Flamengo. O Mister ainda deixou claro que pretende treinar fora de Portugal mais uma vez.
– Tenho muitos projetos na cabeça. Quando eu saí de Portugal para a Arábia Saudita, no primeiro dia eu disse: “Vou voltar a Portugal”. Era a minha convicção. E agora tenho minha convicção que não vou acabar minha carreira em Portugal. Com projetos esportivos não se pode ter certezas, mas há sempre um a mais que vou à procura. Não sei se vou conseguir ou não.
Ao lembrar da passagem pelo Flamengo, Jorge Jesus mais uma vez se emocionou ao falar do carinho recebido pelo povo brasileiro. Com os olhos marejados, o Mister recordou como o Maracanã, nas noites de jogos do clube carioca, entoava seu nome nas arquibancadas
– Esta etapa no Brasil foi muito bonita, nunca mais vou me esquecer. Quem ama futebol tem que ir ao Maracanã, porque o povo brasileiro adora futebol, viver, música. São doces. Não têm problema nenhum de dizer “te amo” para homens ou mulheres. E todo os jogos tinha 70 mil pessoas gritando seu nome – encerrou.
Fonte: GE
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