Racismo no esporte

Jogadora de tênis relembra ataques racistas: ' Fui tratada injustamente, desrespeitada por colegas'

A tenista Serena Williams concedeu um relato comovente, de força e superação, sobre como superou os episódios de machismo e racismo para alcançar o reconhecimento. Em artigo publicado na revista "Fortune"

A tenista Serena Williams concedeu um relato comovente, de força e superação, sobre como superou os episódios de machismo e racismo para alcançar o reconhecimento. Em artigo publicado na revista “Fortune”, a americana destacou o vácuo entre a remuneração de homens e mulheres, em especial as negras, como causa e efeito da discriminação. Ela lembrou, com agonia, os ataques racistas que sofreu. “As injustiças ainda doem”, frisou, ao lembrar o desrespeito de colegas e as declarações racistas contra si.

De acordo com a estrela do tênis, o ciclo da pobreza, da discriminação e do sexismo é “muito, muito mais difícil” de quebrar do que o recorde de títulos de Grand Slam — principais competições do esporte.

“Ao crescer, eu ouvi que não poderia alcançar meus sonhos por ser uma mulher e, ainda mais, pela cor da minha pele. Em cada estágio da vida, eu tive que me defender. Fui tratada injustamente, desrespeitada por colegas homens e, nos momentos mais dolorosos, fui alvo de declarações racistas, dentro e fora das quadras de tênis”, escreveu a tenista, que pausou a carreira para dar à luz.

Ela se disse “sortuda” de ter estabilidade interna e suporte da família, que a encorajou a seguir em frente. “Mas as injustiças ainda doem”, ressalvou Serena, considerada a principal esportista entre as tenistas da última década.

A americana ressalta que está em uma “posição rara de sucesso financeiro” entre as mulheres negras. A cada dólar recebido por homens, elas ganham apenas 63 cents, pelo mesmo trabalho, segundo a tenista.

“Eu tive talento, trabalhei como louca e tive sorte o suficiente para quebrar a barreira. Mas isso não é sobre mim. É sobre as outras 24 milhões de mulheres negras dos Estados Unidos”, escreveu Serena, cujo artigo foi publicado no dia da Igualdade de Pagamento das Mulheres Negras, 31 de julho.

Fonte: EXTRA