João “felps” Vasconcellos não é um novato na cena do Counter-Strike nacional. Depois de surgir como grande talento há pouco mais de três anos, o jogador se envolveu em vários episódios polêmicos até que finalmente encontrou estabilidade morando nos Estados Unidos.
Em entrevista a ESPN, após a eliminação na primeira fase da IEM Katowice, felps falou sobre seus primeiros passos na SK Gaming, sobre a pressão da torcida brasileira e relembrou o passado de polêmicas.
“No começo [na SK] eu senti bastante diferença, estava pegando devagar as coisas, aprendendo. Eu não podia colocar totalmente o meu estilo pois ele não é completamente certo, ele é errado na maioria das vezes e eu me destaquei pois eu consigo fazê-lo”, contou felps. “Eu estava jogando bastante e tentando me adaptar o mais rápido possível ao time. No primeiro campeonato fomos bem, a galera foi pega de surpresa, ‘dois malucos jogando’ e os caras não sabiam o que fazer, acabou dando certo”, completou.
felps afirmou que em Vegas a equipe “perdeu para si mesmo” e em Katowice o fator surpresa não existiu, fazendo com que as equipes entrassem “mais ligados” contra a SK.”Precisamos adaptar os dois modos de jogar, para jogar bem quando precisar, tanto comigo e com o fer [jogando ofensivamente] tanto quanto com um time sólido. Então acredito que no próximo campeonato estaremos melhor preparados”, afirmou o rifler.
Sabendo que a SK foi alvo de várias críticas nas redes sociais, felps disse que isso não o afeta. “Se você sentir pressão dos brasileiros , e também das outras pessoas, você não joga”, afirmou. “Se você ficar ligando para isso você não faz seu jogo, fica com medo de errar. Você tem que fazer o que sabe, com respaldo do time, e esquecer a pressão dos brasileiros, do público presente, da família”, completou o jogador.
Quando perguntado sobre que nota daria para sua felicidade ao estar na SK, felps não escondeu a empolgação com a nova equipe. “Mais de 10”, cravou. O jogador aproveitou para relembrar os momentos complicados e as polêmicas no tempo do cenário nacional.
“Todos sabem que eu era um pouco odiado no Brasil, tinha problemas de relação com pessoas de times e muitas vezes era culpado em coisas que eu não fiz. Eu não poderia falar nada com ninguém pois minha fama era ruim”, revelou felps.
“Antes de vir para os Estados Unidos eu estava na Keyd Stars e coisas aconteceram, sai mal falado novamente, enfim. Eu estava quase parando de jogar, realmente, aí eu recebi a proposta da Games Academy. Eu falei com todos e pensei ‘essa é minha última chance de jogar’, eu não vou brigar, vou mostrar quem eu sou e vou mostrar que sou diferente, vou mostrar o que sei”, continuou o jogador.
“O ano com a Immortals foi isso, eu quietinho na minha, tímido, fazendo meu jogo, errando as vezes, e mostrando o que eu sei. Eu sinto isso como uma conquista. Eu nunca joguei visando estar na SK, eu joguei visando estar no melhor time do mundo e eles estavam melhor que a Immortals. Se eu recebesse uma proposta, eu pensaria muito pois seria algo que mudaria minha vida. Quando eu recebi, eu só abracei e falei que queria viver mais esse desafio”, contou o rifler.
O jogador também lembrou do apoio da família e destacou a avó. “Dedico tudo isso a minha avó, estou aqui fora muito por causa dela e foi ela quem me seguiu em todos os passos”, finalizou.
Fonte: SporTV