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Jéssica Bate-Estaca já sonha com título do UFC: 'É como se eu lutasse com Rose todos os dias'

Brasileira, que desafia americana Rose Namajunas pelo cinturão peso-palha no UFC Rio 10, exalta coragem da campeã em enfrentá-la no Brasil: "Ela quer se testar"

Muitos lutadores ressaltam a importância da visualização antes de seus combates. Com Jéssica “Bate-Estaca” Andrade, não é diferente. A lutadora brasileira, que desafia Rose Namajunas pelo cinturão peso-palha no UFC Rio 10 (UFC 237) do próximo dia 11 de maio, já iniciou este processo com mais de um mês de antecedência.

– Todos os dias eu estudo a luta na minha mente. É como se eu lutasse com ela todos os dias. Eu vou dormir sonhando e pensando como vai ser a luta, qual a forma mais fácil de nocautear, como eu posso finalizar, como que a luta vai decorrer de acordo com o tempo. Eu vou estudando na minha cabeça e pensando em tudo o que pode acontecer, e toda vez que eu vou dormir, eu sonho com a luta. No final, eu sempre estou lá ajoelhada no chão, dando graças a Deus e o cinturão ali junto comigo – disse Bate-Estaca em entrevista.

O evento acontece dois dias antes do aniversário de dois anos da primeira vez em que a lutadora da Paraná Vale-Tudo disputou o cinturão pela primeira vez, em 13 de maio de 2017. Na ocasião, foi dominada pela então campeã Joanna Jedrzejczyk, que seria destronada por Namajunas seis meses depois. Desde então, foram três vitórias contra lutadoras colocadas no top 5 da categoria.

– Tenho a chance de refazer a minha história. Eu quis buscar, junto com o mestre Paraná, lutar com as melhores adversárias da categoria para que esse tempo fosse menor. Quando eu lutei com a Joanna, quando acabou a luta, eu falei que eu ia ter a chance de disputar o cinturão novamente e que eu ia estar preparada para aquilo, ia estar 100%, sem lesão nenhuma, e que eu ia ser a nova campeã. E essa oportunidade aconteceu agora em maio de novo. Foi um pouco mais rápido do que eu imaginava, porque o UFC me deu essa oportunidade de fazer as lutas mais rápido.

Para a luta, Jéssica vê um desafio muito semelhante ao que teve contra Joanna. Assim como a polonesa, a americana Rose Namajunas também é mais alta e longilínea. A brasileira crê que a campeã tentará mantê-la à distância e forçá-la a persegui-la.

Para a luta, Jéssica vê um desafio muito semelhante ao que teve contra Joanna. Assim como a polonesa, a americana Rose Namajunas também é mais alta e longilínea. A brasileira crê que a campeã tentará mantê-la à distância e forçá-la a persegui-la.

– Lutar com a Rose é como se fosse eu repetir a história que eu tive com a Joanna. Eu acredito que a Rose vai querer fazer aquela mesma caminhada, de sair, porque ela sabe que eu tenho uma certa dificuldade com isso, então o que eu venho treinando muito é em perder essa dificuldade na caminhada, aprender a sair dos golpes colocando os meus golpes, que era uma coisa que eu não fazia muito – às vezes eu tomava o soco e depois eu reagia, e agora eu aprendi a reagir junto. É uma coisa que eu acho que vai fazer muita diferença na hora da luta. E a questão do jiu-jítsu, que eu tenho competido em todos os campeonatos. Isso vem me trazendo muita confiança, muita força. Acredito que, na parte de chão, eu consiga me sair muito bem contra ela.

Bate-Estaca terá uma rara oportunidade de se sagrar campeã no Brasil. É apenas a segunda vez que uma campeã estrangeira vem ao país defender seu cinturão contra uma lutadora local. Na primeira, em 2015, a americana Ronda Rousey derrotou Bethe Correia. A maioria dos campeões do UFC já expressou publicamente que não gostaria de enfrentar um brasileiro no Brasil, devido à hostilidade da torcida tupiniquim. Por isso, Jéssica exaltou Rose pela bravura em enfrentar essa pressão contrária.

– A Rose tem uma coragem muito grande dentro dela, porque lutar em qualquer outro país seria mais fácil, mas ela quer se testar, quer sentir a vibração que os brasileiros têm, ela quer conhecer novos lugares, isso é o que é mais legal e mais interessante na nossa profissão: conhecer lugares diferentes. Agora ela me dar essa chance de disputar o cinturão em casa, eu acredito que foi uma coisa muito legal, mas que tenha no fundo um Q maior, aquele Q que ela precisava de entusiasmo, de desafio pra vida dela. “Quero lutar na casa do meu adversário, no Brasil, que eu escuto tanto falar que é a torcida mais calorosa que existe no mundo, e eu quero me provar e me mostrar lá dentro” – disse a brasileira, que contou se identificar com essa atitude.

– Eu adoro lutar na casa dos outros e ser a zebra! Adoro! A gente tem isso muito parecido, de ter esse psicológico de falar assim, “Eu tenho que me testar, eu tenho que ser mais forte, eu tenho que mostrar que eu sou mais forte que meu adversário.”

UFC 237
11 de maio de 2019, no Rio de Janeiro
CARD DO EVENTO (até o momento):
Peso-palha: Rose Namajunas x Jéssica Bate-Estaca
Peso-pena: José Aldo x Alexander Volkanovski
Peso-médio: Jared Cannonier x Anderson Silva
Peso-meio-pesado: Rogério Minotouro x Ryan Spann
Peso-galo: Bethe Correia x Irene Aldana
Peso-mosca: Wu Yanan x Luana Dread
Peso-galo: Talita Bernardo x Melissa Gatto
Peso-meio-médio: Thiago Pitbull x Laureano Staropoli
Peso-leve: B.J. Penn x Clay Guida
Peso-galo: Raoni Barcelos x Said Nurmagomedov
Peso-leve: Thiago Moisés x Kurt Holobaugh
Peso-meio-médio: Warlley Alves x Sérgio Moraes
Peso-leve: Francisco Massaranduba x Carlos Diego Ferreira

Fonte: Combate
Créditos: Combate