Já fazem 30 dias que Michelle Ramalho sentou pela primeira vez na cadeira de presidenta da Federação Paraibana de Futebol (FPF) após uma vitória acirrada em “segundo turno”, depois de um inesperado empate entre ela e o advogado Eduardo Araújo. No pleito de desempate, na tarde de 29 de setembro, na sede da entidade, Michelle venceu por 26 a 24 e virou a mandatária do futebol paraibano. A posse foi imediata e ali começou a sua trajetória no cargo, que chega a um mês nesta segunda-feira.
Michelle assume a casa do futebol da Paraíba em um momento em que a FPF é foco de uma série de acusações sérias envolvendo corrupção, por conta da gestão anterior, de Amadeu Rodrigues, que foi afastado da presidência pela Justiça. Ela chegou ao poder com a ajuda de Rosilene Gomes, ex-aliada de Amadeu, mas que havia sido escanteada pelo ex-dirigente. Michelle prometeu uma gestão de transparência, onde cada gasto seria declarado e divulgado.
Esse ainda é um objetivo da dirigente, mas, em tão pouco tempo, pouca coisa ainda foi feita. O primeiro mês de trabalho da presidenta girou em torno de pedir auxílios urgentes da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e numa dificuldade enorme de compor a equipe técnica que toque o trabalho de gerência do futebol paraibano. Até o momento, nenhuma diretor foi anunciado oficialmente por Michelle.
Canal direto com a CBF
Ex-auditora do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), Michelle Ramalho goza de uma boa relação com diretores da CBF. Além de receber a ajuda de alguns dirigentes da entidade nacional que estão trabalhando na FPF, a presidenta confirmou que o diretor de competições da CBF, Manoel Flores, aceitou o convite feito por ela e vai visitar a Paraíba para auxiliar a nova gestão. Ela não confirmou ainda quando o dirigente desembarcar em João Pessoa.
A expectativa é que ele possa comandar o conselho técnico do Campeonato Paraibano 2019 que vai definir a fórmula de disputa e o regulamento do torneio. Por falar em conselho técnico, Michelle também participou neste seu primeiro mês à frente da FPF do seu primeiro arbitral. A mandatária da Federação chefiou a reunião da segunda fase do Campeonato Paraibano Sub-15 no dia 16 de outubro. A dirigente aproveitou para anunciar uma premiação de R$ 3 mil para o campeão da competição.
Michelle também teve nesse início de gestão as famosas benesses tradicionais de quem é presidente de uma federação estadual. Ela foi convidada para acompanhar in loco a grande decisão da Copa do Brasil, entre Corinthians e Cruzeiro, no dia 16 deste mês, na Arena de Itaquera, em São Paulo. Foi o primeiro evento de âmbito nacional que a dirigente foi convidada pela CBF após a sua eleição na Paraíba.
Dificuldade e demora para formar equipe
A parte mais pedregosa desse início de caminhada da nova presidenta da FPF tem sido a composição da equipe técnica para auxiliá-la nos trabalhos da Federação. Até o momento, ninguém foi anunciado oficialmente para dirigente para nenhum cargo de confiança na gestão de Michelle Ramalho.
Segundo apurou o GloboEsporte.com, o ex-diretor executivo da FPF e concorrente nas últimas eleições da entidade, Eduardo Araújo, foi convidado diretamente pela mandatária para assumir um cargo na instituição. Eduardo disse ter uma boa relação com Michelle, mas declinou do convite por conta da composição da diretoria, que conta ainda com os vices eleitos Marcílio Braz, Nosman Filho – filho do ex-vice-presidente Nosman Barrreiro – e Thalyta Gomes – neta da ex-presidente da FPF Rosilene Gomes.
– Fico lisonjeado com os convites que me foram feitos, mas não existe possibilidade de estar onde Rosilene e Nosman estiverem. Continuarei trabalhando pelo futebol da Paraíba e contra o retrocesso – explicou.
Coordenador de campanha de Michelle, o ex-presidente do Serrano-PB, Otamar Almeida, vem sendo o braço direito da dirigente e é o mais cotado para assumir a direção executiva da FPF. Ele também vem sendo o porta-voz da presidenta. Nas últimas semanas foi o responsável por falar diversas vezes que diretoria seria anunciada em breve. Até agora, nada.
O jornalista Marcos Lima, presidente do Kashima – time amador de João Pessoa – é outro que vem sendo porta-voz da dirigente. Tem sido especulado como o provável assessor de imprensa da FPF, mas o martelo ainda não foi batido. O ex-árbitro Miguel Félix, que já foi presidente da Comissão Estadual de Arbitragem do Futebol da Paraíba (Ceaf-PB) na gestão Rosilene Gomes, é outro nome que surge nos bastidores para voltar à FPF justamente para retornar ao cargo que já foi dele. Miguel negou que tenha recebido algum contato após as eleições.
Fonte: Globo Esporte PB
Créditos: Globo Esporte PB