A Fifa comunicou, nesta terça-feira, que decidiu encerrar a investigação sobre possíveis casos de doping na seleção da Rússia, que será a anfitriã da Copa do Mundo de 2018 daqui a cerca de três semanas. De acordo com a entidade, todos os jogadores russos pré-convocados para o Mundial foram alvo da investigação, e “foi encontrada evidência insuficiente para determinar uma violação ao regulamento antidoping”.
Dos 35 jogadores pré-convocados pelo técnico Stanislav Cherchesov, 28 fazem a preparação em Neustift, na Áustria, sob a orientação da comissão técnica. Outros sete foram deixados de sobreaviso em caso de lesão ou alguma mudança de planos de última hora, e seguem um regime particular de treinos na Rússia.
“A Fifa informou a Agência Mundial Antidoping (Wada) sobre suas conclusões, e a Wada concordou com a decisão da Fifa de encerrar esta investigação”, diz o comunicado.
A investigação sobre a seleção russa foi lançada pela Fifa depois que o canadense Richard McLaren, responsável por investigar um vasto esquema de doping no esporte olímpico russo e apresentar um relatório à Agência Mundial Antidoping (Wada), afirmou ter suspeitas de um plano para encobrimento de violações no futebol do país. Em junho do ano passado, McLaren afirmou ter encontrado um depósito com 155 amostras de urina que, segundo o canadense, poderiam ser usadas para substituir os exames dos jogadores da seleção de futebol.
Depois das suspeitas levantadas por McLaren, a Fifa afirma ter procurado o investigador canadense em busca de mais detalhes, além de ter ordenado a reanálise de exames dos jogadores colhidos pela própria Fifa e por suas confederações durante torneios e amistosos. Segundo a Fifa, todos esses exames reanalisados deram resultado negativo para substâncias proibidas.
A entidade também disse ter enviado perguntas a Grigory Rodchenkov, ex-diretor do Laboratório Antidoping de Moscou e delator do esquema de doping que ocasionou o veto de dezenas de atletas da Rússia nos Jogos Olímpicos do Rio-2016 e nos Jogos de Inverno de Pyeongchang-2018, na tentativa de entender se o uso massivo de substâncias proibidas no esporte russo poderia ter chegado ao futebol.
Além disso, a Fifa afirma que as amostras de urina apreendidas pela Wada no Laboratório Antidoping de Moscou não continham sinais de adulteração.
Em sua investigação, a Fifa promoveu testes antidoping surpresa com vários jogadores da seleção russa, inclusive antes do amistoso contra o Brasil, em março. Na antevéspera da partida, um fiscal foi à base de treinos de Novogorsk, onde a seleção russa costuma fazer sua preparação, e recolheu amostras de dez jogadores. Por conta do trabalho, e da quantidade de jogadores testados, o treino daquele dia atrasou mais de 1h.
– O fiscal ficou feliz, coletou todo o sangue e toda a urina. Eu fiquei feliz, os jogadores também. Então, todos ficaram felizes – comentou Cherchesov à época, com toques de ironia.
Fonte: Extra
Créditos: Extra