O jogador do Palmeiras, Felipe Melo, movimentou as redes sociais e as discussões no fim de semana ao gravar um vídeo de apoio ao deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ).
Depois de ser questionado por torcedores e pela mídia, o jogador resolveu tirar a gravação do ar e disse que não quer mais falar sobre o deputado, que é réu no STF (Supremo Tribunal Federal) por incitação de crime de estupro.
Nas imagens, Felipe afirma que apoia o possível candidato à presidência da República e pede “pau nos vagabundos”.
“Deus abençoe todos os trabalhadores e pau nos vagabundos. Bolsonaro neles”, bradou.
O jogador diz não conhecer pessoalmente o deputado, que já apareceu publicamente em jogos do Palmeiras e se diz pessoalmente torcedor do clube.
Durante programa exibido pelo canal BandSports, o comentarista Neto, que também é conhecido por suas posições polêmicas e pela agressividade no discurso, criticou Felipe Melo pelo vídeo.
“Cada um apoia quem quiser, mas Bolsonaro, velho? Por isso o país vive nesse turbilhão de coisas. Dá moral para Bolsonaro? Que é homofóbico, o cara não gosta de gay, não gosta de trans, é só ver o que ele fala em todos os programas de televisão”, criticou Neto.
“Precisa mesmo fazer isso, tem necessidade disso?”, questionou o apresentador para Felipe Melo.
“Bolsonaro? Tá certo, parabéns para você. É isso aí que o Palmeiras ganha. Nosso país já está do jeito que está. Seja feliz”, completou logo depois, onde também citou que tem parentes na família que são homossexuais.
Ao repudiar as declarações de Felipe Melo, o jornalista Júlio Gomes, do UOL, observa que o jogador e o deputado, na realidade, têm muitas coisas em comum.
Confira trechos do que escreveu Gomes sobre o assunto:
Bolsonaro tem uma plataforma política baseada no confronto, na violência como solução para violência, na agressão aos que discordam dele e seus métodos, menosprezo pelas minorias historicamente massacradas, glorificação de homens que cometeram crimes bárbaros na ditadura, estado policial.
Um surfa em um momento de baixa estima da sociedade para com os políticos, pagando de honesto ainda que faça parte deste mesmo sistema político há décadas e como se não tivesse sido eleito por um dos partidos, o PP, que mais estão metidos no mar de lama de Brasília. O outro surfa na carência de ídolos no futebol brasileiro e em um momento em que jogadores de futebol são vistos como mercenários.
O jeito de ser de Felipe Melo em campo tem mesmo muito a ver com Bolsonaro. É a truculência no futebol. A truculência na política. Se não está comigo, é meu inimigo. E meu inimigo eu trato na porrada mesmo.
Fonte: Pragmatismo Político