Memória

EM BUSCA DO SONHO: Relembre as ocasiões onde o Botafogo-PB ficou mais perto do acesso a Série B

Com a mudança do Campeonato Brasileiro a partir do ano de 1987, os campeões estaduais deixaram de ter vaga garantida na Série A, transformando Botafogo-PB e Treze nos últimos representantes do estado a figurar na primeira divisão.

Foto: Reprodução/ Cristiano Santos / Botafogo-PB

Com a mudança do Campeonato Brasileiro a partir do ano de 1987, os campeões estaduais deixaram de ter vaga garantida na Série A, transformando Botafogo-PB e Treze nos últimos representantes do estado a figurar na primeira divisão.

Com a criação do clube dos 13 e da Copa União, os times paraibanos ficaram restritos a disputar as Séries B e C. Após outra mudança no regulamento nacional, os nossos representantes não tiveram mais vaga garantida na segunda divisão, com o Campinense sendo o último representante no ano de 1992.

Após 16 anos de espera e muitas decepções na terceira divisão, o futebol paraibano voltou a figurar na Série B, quando o Campinense conseguiu subir ao lado de Duque de Caxias, Atlético Goianiense e Guarani. Infelizmente, o representante da Rainha da Borborema não conseguiu fazer bonito em 2009, sendo rebaixado de volta para a Série C ao figurar na penúltima colocação.

Tirando o Campinense em 2008, o time que ficou mais próximo de voltar a participar da Série B foi o Botafogo-PB, sendo uma ainda no formato antigo e outras três após o título da Série D de 2013, um verdadeiro marco no futebol do nosso estado.

Com a boa campanha do time na Série C de 2023, vamos relembrar nessa matéria as outras quatro oportunidades em que o Belo ficou muito perto de voltar a segunda divisão nacional.

Foto: Internet

2003 – O ano de 2003 foi mágico para o Botafogo. O time foi eliminado nas semifinais do primeiro turno para o Atlético de Cajazeiras.

No segundo turno, com a entrada do ídolo Washington Lobo no comando técnico, a equipe embalou. Nas semifinais empatou com o Treze por 1 a 1 fora de casa no primeiro jogo. Já na segunda partida, venceu o Galo da Borborema em casa por 3 a 0. Na decisão, o Belo empatou com o Atlético de Cajazeiras por 0 a 0 no jogo de ida. E a volta, jogando em casa, venceu o Trovão Azul por 2 a 0.

Na grande decisão do Campeonato Paraibano, o Botafogo enfrentou mais uma vez, o Atlético de Cajazeiras. Ganhou o jogo de ida por 1 a 0, no Estádio Perpetão, e também conquistou a vitória por 2 a 1 na volta, em João Pessoa, sagrando-se campeão estadual daquele ano.

Com um time histórico que contava com nomes como os meias Raminho, Helinho e Betinho, o zagueiro Durval que depois fez sucesso no Santos e Sport e o atacante Nilson Sergipano, o Belo chegou com moral na disputa da Série C e após ser primeiro colocado em um grupo que contava com Sousa e Corinthians-AL, foi galgando espaço ao eliminar times como CSA, Sergipe, Confiança e Palmas, chegando ao quadrangular decisivo ao lado do Campinense e dos paulistas Ituano e Santo André.

Naquela ocasião apenas os dois primeiros colocados subiriam a Série B, em um regulamento onde todos os quatro times jogavam entre si em jogos de ida e volta. A campanha na fase final, começou com duas derrotas, a primeira fora de casa contra o Ituano de virada e a segunda contra o Santo André por 3×1 dentro do Almeidão.

Após trocar vitórias com o Campinense, o Belo conseguiu uma vitória heroica contra o Santo André em São Paulo, levando a decisão da vaga para o Almeidão. O Botafogo precisava vencer o Ituano e torcer para um tropeço do Santo André contra o Campinense no Amigão. O Belo saiu atrás no marcador, mas conseguiu empatar com o zagueiro Durval, após ficar novamente atrás, o Belo empatou e virou, chegando a ficar com uma vantagem de 4×2 no segundo tempo.

Mas uma tragédia abalou o Almeidão e o Ituano fez o terceiro aos 17 minutos, com Izaías e empatou, com novo gol de Jabá, aos 36 minutos. A derrota, somada a vitória do Santo André em Campina Grande, selou o acesso dos paulistas deixando os times paraibanos com um gosto amargo na boca.

Foto: Fábio Fernandes

2016 – Após aquele ano mágico de 2003, o Belo ficou no ostracismo por uma década marcada por decepções e por uma seca histórica no Campeonato Paraibano. Mas tudo mudou em 2013, que ficou marcado como o maior ano na história do clube.

O paraibano daquele ano ganhou contornos dramáticos, quando o Belo tinha que vencer o Treze por dois gols de diferença no segundo jogo da final, no estádio O Amigão. Lutando contra todos os prognósticos, o Botafogo venceu o Galo em um 3×0 categórico, lhe dando o título e a vaga para sua primeira disputa na Série D.

Fazendo um campeonato primoroso, o Belo passou em primeira no grupo A4, superando o Central de Caruaru na segunda fase e selando o acesso ao derrotar o Tiradentes do Ceará. Após derrotar o Salgueiro de Pernambuco na semifinal, o Botafogo fez história ao perder o jogo de ida da final contra o Juventude no Rio Grande do Sul, revertendo o resultado em um Almeidão lotado, se tornando o primeiro e até hoje único paraibano a vencer um torneio nacional.

A volta a Série C em 2014, foi em alto nível, mas o time ficou não conseguiu se classificar para as quartas de final, Em 2015, o time fchegou a flertar com o rebaixamento, mas acabou ficando no meio da tabela.

Para 2016, a diretoria resolveu contratar o ex-comandante Itamar Schulle, que já havia dirigido o time em 2010. Após um vice-campeonato paraibano contra o Campinense, o Belo teve um segundo semestre primoroso, chegando as oitavas de finais da Copa do Brasil sendo eliminado pelo Palmeiras e se classificando na terceira colocação do grupo A.

O time que tinha como principais estrelas, o goleiro Michel Alves, o zagueiro Plínio e os meias Pedro Castro, Marcinho e Djavan, iria decidir o acesso contra o Boa Esporte de Minas Gerais. Após um insosso empate em 0x0 no Almeidão, o Botafogo teria que fazer o resultado em Varginha.

O jogo encaminhava para outro 0x0, com Botafogo e Boa Esporte tendo boas chances de marcar. Quando se imaginava que o jogo estava acabado e que tudo seria decidido nos pênaltis, o atacante reserva Gênesis destruiu o sonho do Belo ao acertar um chute forte aos 50 minutos do segundo tempo. O Boa subiu e acabou se tornando campeão daquele torneio.

FOTO: FÁBIO FERNANDES

2018 – Após a grande campanha de 2016, se imaginava um Botafogo candidato ao acesso no ano seguinte, Mas o que se viu, foi um time confuso, com várias mudanças de treinador, que se salvou do rebaixamento na bacia das almas, ao vencer o Sampaio Correa no Maranhão.

Para a temporada de 2018, a diretoria resolveu trazer o desconhecido Leston Júnior para o comando da equipe. A aposta se mostrou acertada e o Botafogo ganhou o bicampeonato paraibano sobre o Campinense.

A instabilidade durante a Série C acabou custando o trabalho de Leston e para seu lugar, o escolhido foi o paulista Evaristo Piza. Piza conseguiu dar uma cara para o time faltando poucos jogos para o fim da primeira fase e o Botafogo acabou se classificando na quarta colocação do grupo A.

O Belo enfrentaria o xará Botafogo de Ribeirão Preto, primeiro colocado do outro grupo e melhor time da primeira fase. Aquele time do Belo que contava com estrelas do naipe do goleiro Saulo, dos meias Juninho, Clayton e Marcos Aurélio e dos atacantes Nando e Dico, conseguiu vencer o xará de São Paulo por 1×0 com um gol do volante Juninho, mas lamentou bastante o pênalti perdido por Marcos Aurélio ainda no primeiro tempo.

Lutando por um empate no jogo de volta, o Botafogo conseguiu segurar o ímpeto do rival de Ribeirão e parecia estar com o acesso encaminhado até os 48 do segundo tempo, quando Caio Dantas fez o gol da vitória, que levaria a decisão da vaga para os pênaltis. Nas cobranças, Marcos Aurélio mais uma vez desperdiçou a chance de se tornar herói e o Botafogo-SP roubou a vaga do alvinegro da estrela vermelha.

Foto: Guilherme Drovas

2021 – Após quase ser rebaixado em 2020, se salvando na última rodada ao vencer o Treze no Almeidão, o Belo tentou recuperar o brilho do time de 2013, ao trazer de volta o treinador Marcelo Villar, comandante daquele esquadrão que foi Bicampeão paraibano e Campeão da Série D.

A mística de Villar não se repetiu e após um fraco começo de temporada, a diretoria resolveu apostar suas fichas no gaúcho Gérson Gusmão que havia levado o Operário do Paraná da Série D para a Série B em um intervalo curto.

Gusmão conseguiu achar um time coeso e que se defendia muito bem, levando o Belo a se classificar na terceira colocação do grupo A. Diferentemente das duas últimas ocasiões, quando o acesso se definia em um mata-mata, os oito classificados foram divididos em dois grupos de 4 times, com os dois melhores se classificando para às semifinais.

O grupo do Botafogo era composto por Paysandu, Ituano e Criciúma. O time que tinha como maiores estrelas o goleiro Felipe, o lateral Sávio, o zagueiro William Machado, o meia Pablo e o atacante Welton, começou sua caminhada sendo derrotado pelo Ituano no Almeidão..

Após empatar os jogos contra Paysandu e Criciúma fora de casa, o Belo cumpriu sua parte e venceu os dois adversários dentro de seus domínios. A combinação de resultados fez com que o Botafogo tivesse a oportunidade de até perder para o Ituano em São Paulo, se o Criciúma não conseguisse vencer o Paysandu no Pará.

O Criciúma fez sua parte no Pará, e o algoz paulista de 2003 deu as caras novamente, destruindo o sonho dos pessoenses, ao derrotar o Belo por um sonoro 3×1.

Fonte: Vitor Azevêdo
Créditos: Polêmica Paraíba