A vitória incontestável sobre Robbie Lawler na luta principal do UFC Winnipegna madrugada do último domingo não deixou dúvidas, pelo menos para o brasileiro, de que ele é o maior merecedor de ser o próximo desafiante ao cinturão dos pesos-meio-médios do UFC, atualmente em posse de Tyron Woodley. Em entrevista exclusiva ao Combate.com após a luta, o niteroiense admitiu que a sua atuação não deixa muita margem para especulações sobre quem será o adversário de Woodley em sua quarta defesa do título.
– Depois de uma performance dessas, é mais que merecido. Eu preciso tirar algumas semanas de férias agora pra curar um pouco as lesões, já que foram três lutas em seis meses. Na minha opinião o Robbie Lawler é um dos melhores e mais duros lutadores que tem. Na luta dele com o Woodley, o Woodley acertou uma mão e acabou, como a minha contra o Eddie Alvarez. Eu vi mais cedo que todos os lutadores do UFC estavam dizendo que o Lawler ia ganhar. É isso aí. Novamente que provei que, quando sou o azarão, dá tudo ao contrário. O Woodley votou em mim, porque já sabe que tem chumbo grosso pela frente.
Analisando a luta, Rafael dos Anjos reconheceu o poderio físico de Lawler, e revelou que os chutes nas pernas do americano – planejados para minar a movimentação – deixaram as suas próprias um pouco lesionadas.
– Só no segundo round eu deixei ele me colocar muito na grade. Ali eu senti ele muito forte, o bicho é forte como um touro e tem a cabeça dura. Mas no terceiro round eu estava vendo que eu estava com um a ligeira vantagem – eu perguntei aos meus técnicos e eles me disseram que eu estava na frente. Estou bem, só machuquei um pouco as pernas por causa dos chutes que eu dei nele, mas era parte do plano, pra matar um pouco a andada dele. Acho que fez efeito. Ele tem um boxe bom, mas quando eu comecei a minar um pouco as pernas ele se perdeu. Eu estava no boxe quando vi que a luta agarrada estava surtindo efeito. Eu trabalhei a joelhada no clinche, e as cotoveladas, que eu venho treinando muito, também surtiram muito efeito. O boxe, as quedas… Consegui colocar tudo junto para ter um bom resultado.
O brasileiro também admitiu que foi surpreendido pelo início de luta mais lento por parte de Lawler. Falando sobre a sua parte ofensiva, Rafael dos Anjos elegeu as joelhadas no corpo do americano como parte fundamental da sua vitória.
– Eu estava esperando que ele começasse a luta muito mais forte, mas ele começou segurando, porque sabia que teria cinco rounds pela frente. Eu tenho treinado muito o clinche com as joelhadas na barriga, e isso vem surtindo muito efeito. Cada joelhada que eu dava ele fazia o som de que estava doendo mesmo. Eu fui firme no corpo e isso deu uma comprometida no gás dele. Quando eu vi que tinha ganho os três primeiros rounds, decidi que era pra manter o ritmo e vencer a luta. Eu juntei uma galera de treinadores e amigos muito boa. Tem o Jason Parillo no boxe, o Pamplona que é meu irmão e vem me treinando não só no muay thai, mas é técnico de tudo, o Furão no jiu-jítsu, que é meu amigo desde moleque, tem o Bubba que é um excelente wrestler… Essa galera está me tornando um melhor lutador e um melhor ser humano a cada dia que passa.
No fim, Dos Anjos aproveitou para desejar um feliz Natal para os fãs brasileiros e mandou um recado: será o primeiro brasileiro a conquistar cinturões do UFC em duas categorias diferentes.
– Quero desejar um feliz Natal para todo mundo no Brasil, e que a gente não esqueça o verdadeiro sentido do Natal, que é o nascimento de Jesus Cristo. Temos que botar nosso coração e a nossa mente nisso. Não é só ganhar e abrir presentes. Agradeço toda a torcida brasileira, que sempre tem me apoiado. Eu vou ser o primeiro brasileiro a conquistar dois cinturões em duas categorias inéditas pro Brasil. Não tenho dúvidas disso.
Fonte: Globo Esporte
Créditos: Globo Esporte