Em semana explosiva no mundo da Fórmula 1, a McLaren anunciou a contratação de Daniel Ricciardo a partir da próxima temporada. O australiano, que estreou no Mundial pela HRT em 2011, passou por Toro Rosso, alcançou o estrelato na Red Bull e fechou um acordo milionário, mas que não se converteu em grandes resultados na Renault,vai ocupar a vaga de Carlos Sainz Jr. em Enstone.
A vinda de Ricciardo para Woking é parte de um quebra-cabeças que começou com a oficialização da saída de Sebastian Vettel da Ferrari ao fim do ano. Daniel era um dos pilotos que despontava com certo favoritismo para assumir a vaga do tetracampeão em Maranello, disputando o lugar com Carlos Sainz e o azarão Antonio Giovinazzi. A ida do espanhol para a escuderia italiana ainda não é oficial, mas passa a ser pura formalidade após a manobra da McLaren.
“Assinar com Daniel é mais um passo à frente no nosso plano de longo prazo, e vai trazer uma animadora nova dimensão ao time junto do Lando. São boas notícias para nossa equipe, parceiros e fãs”, disse Zak Brown, diretor-executivo da McLaren. “Eu quero agradecer Carlos pelo trabalho excelente que ele fez na McLaren em ajudar no nosso plano de recuperação de desempenho. É um verdadeiro piloto com espírito de equipe e desejamos-lhe felicidades para seu futuro”, seguiu.
“Daniel já se provou como um vencedor de corridas, e sua experiência, comprometimento e energia serão uma adição valiosa a McLaren e nossa missão de retornar ao pelotão da frente”, frisou Andreas Seidl, chefe de equipe. “Com Daniel e Lando como parceiros de equipe, temos dois pilotos que vão continuar a empolgar os fãs e fazer o time crescer. Carlos é um verdadeiro profissional. Foi um prazer trabalhar com ele e continuaremos a aproveitar as corridas com ele neste ano. Todos nós desejamos boa sorte em seu próximo estágio na carreira quando deixar a McLaren”, destacou.
A McLaren também confirmou a renovação com Lando Norris para 2021. Pode parecer formalidade, mas é um grande indicativo a respeito de Vettel. Parte da imprensa europeia chegou a cogitar a saída do piloto britânico, com a dupla de 2014 da Red Bull sendo retomada em Woking.
Ignorado pela Ferrari, restavam a Ricciardo duas opções: seguir na Renault, com futuro incerto e longe de viver grandes momentos desde que voltou à F1, em 2016, ou buscar um novo horizonte na carreira em uma equipe em franca ascensão como a McLaren. Prevaleceu a segunda escolha.
De certa forma, a união entre Ricciardo e McLaren é o casamento depois de um flerte iniciado em 2018, quando o australiano, conforme é revelado na segunda temporada de ‘Drive to Survive’, chegou a considerar correr na escuderia britânica ao se ver sem prestígio dentro da Red Bull — que passou a dedicar seus esforços para priorizar Max Verstappen. Mas valeu a chance de assinar um contrato de dois anos e cerca de € 20 milhões (R$ 127 milhões, de acordo com a cotação atual) por temporada com a Renault.
Só que a escuderia baseada em Enstone jamais conseguiu oferecer um pacote com que Ricciardo fosse capaz de sequer chegar perto do pódio. A melhor exibição do sorridente piloto foi no GP da Itália, em Monza, onde conseguiu um surpreendente (até para ele mesmo) quarto lugar. Foi o único grande momento ao longo de um 2019 marcado por frustrações e fracassos do time comandado por Cyril Abiteboul.
Na McLaren, Ricciardo vai ter a oportunidade de trabalhar em uma equipe mais estável em todos os pontos de vista: estrutural, com uma organização que deu muito certo com Zak Brown e Andreas Seidl; a tendência de ter um carro mais competitivo do que a Renault, e ainda com direito ao motor Mercedes que vai ser usado pelo time em 2021; e também um companheiro de equipe, que tende a ser Lando Norris. O prodígio britânico sempre se deu muito bem com Ricciardo, com quem deve formar a dupla mais carismática da F1.
Fonte: Grande Prêmio
Créditos: Gabriel Carvalho