No dia que marca a contagem regressiva de 50 dias para a Copa do Mundo de 2018, o Comitê Organizador divulgou um balanço que atualiza para 683 bilhões de rublos (R$ 38,49 bilhões) o orçamento total do Mundial. O valor representa um aumento de 7% em relação a fevereiro do ano passado, quando o custo total estimado era de 638,8 bilhões de rublos. O gasto da Rússia para receber a Copa supera em cerca de R$ 5 bilhões o orçamento final do Brasil-2014, considerado o Mundial mais caro da história.
Segundo a última Matriz de Responsabilidades da Copa de 2014, divulgada em dezembro daquele ano, o gasto total foi de R$ 27,1 bilhões (U$ 10,1 bilhões na cotação da época). Corrigido pelo IPCA, o valor atual seria de R$ 33,48 bilhões. A Copa da Rússia também é mais cara se a conversão for feita para o dólar: na cotação atual, o orçamento dos russos chega a U$ 11,1 bilhões.
Na Rússia, quase 40% dos gastos da Copa entram na rubrica “infraestrutura esportiva”, que engloba investimentos em construção e reforma de 12 estádios e de 95 bases de treinos, segundo o Comitê Organizador. O gasto total nessa área é de 265 bilhões de rublos, ou R$ 14,9 bilhões. Na Copa de 2014, por sua vez, o investimento em estádios e estruturas temporárias correspondeu a cerca de um terço (33,5%) do orçamento total da Copa, segundo a Matriz de Responsabilidades do governo federal. Em números atuais, corrigidos pela inflação, o gasto brasileiro seria de R$ 11,2 bilhões.
Perguntado sobre a diferença nos valores, o diretor-executivo do Comitê Organizador da Copa, Alexey Sorokin, disse que considera os custos “parecidos” entre os dois Mundiais.
– Infraestrutura esportiva não tem importância primária. A natureza da nossa preparação é o investimento em transporte. Em termos de proporção, quase 50% do nosso programa de infraestrutura é voltado para transporte – disse Sorokin.
De acordo com o relatório divulgado nesta quarta-feira, o gasto com transporte está na casa de 228 bilhões de rublos (pouco mais de R$ 12 bilhões). Corresponde a quase um terço do orçamento total, que engloba também 116 bilhões de rublos em gastos operacionais. Se for considerado apenas o valor gasto em infraestrutura, os gastos com transporte correspondem a 40%.
O atual presidente do Comitê Organizador e vice-primeiro-ministro da Rússia, Arkady Dvorkovich, afirmou que a parcela de investimento privado no Mundial é “alto”. Sem detalhar percentuais, Dvorkovich afirmou que o governo concentrou seus gastos em infraestrutura de transportes, como construção de ferrovias, metrôs e rodovias. Já as empresas privadas, segundo o representante do governo, gastaram principalmente em estádios – embora também tenham feito gastos na área de transporte, como em terminais de aeroportos. No Brasil, segundo a última Matriz de Responsabilidades, cerca de R$ 4 bilhões – 15% do orçamento total – veio da iniciativa privada.
– O financiamento público atingiu principalmente a infraestrutura pesada – pontuou Dvorkovich, que defendeu também o volume de gastos operacionais nas 11 cidades-sede. – Esses gastos não são dinheiro perdido. São investimentos.
A projeção do Comitê Organizador é que o Mundial de 2018 represente um impacto de U$ 15 bilhões (R$ 51,9 bilhões na cotação atual) no PIB da Rússia neste ano. Só com turismo a expectativa é de um incremento de U$ 2 bilhões.
Fonte: Extra
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