calendário paralisado

Coronavírus: fim de semana seria de finais nos estaduais, mas taças dão lugar ao prejuízo

Se a temporada do futebol brasileiro estivesse seguindo o seu curso normal, torcedores espalhados por todo o país estariam vivendo dias especiais

Se a temporada do futebol brasileiro estivesse seguindo o seu curso normal, torcedores espalhados por todo o país estariam vivendo dias especiais. Este seria o fim de semana em que os estaduais estariam sendo decididos, mas a pandemia do novo coronavírus paralisou o calendário e causou consequências negativas a aspectos esportivos e financeiros.

Mesmo que os estaduais estejam perdendo interesse do público nos últimos anos, as finais se provam uma grande exceção temporada após temporada. Elas têm conseguido encher arquibancadas e mexer com a paixão do torcedores.

Levantamento feito pelo EXTRA, consultando os borderôs dos 27 jogos de volta das finais estaduais disputadas em 2019, mostra que mais de 424 mil pessoas (424.024 no total) compraram ingresso e acompanharam o seu clube do coração em uma decisão — uma movimentação impensável em tempos de isolamento social.

Os números são ainda mais impressionantes quando vistos pela ótica financeira. Somando a renda bruta de todos esses 27 jogos, clubes e federações arrecadaram mais de R$ 17 milhões (R$ 17.246.119,00 no total). São essas as partidas que, muitas vezes, salvam torneios e clubes de menor expressão da falência e movimentam a economia local. O problema é que não se sabe quando, e se, esse dinheiro será visto em 2020.

Quando o número é filtrado apenas para os quatro principais estaduais (Carioca, Paulista, Mineiro e Gaúcho), as médias de público pagante e renda aumentam: 40.675 torcedores acompanharam as quatro finais, com uma renda geral de R$ 2.834.353,75.

São Paulo foi o caso de maior sucesso entre eles, quando a decisão entre Corinthians e São Paulo levou o maior público pagante (46.481) da história da Arena Itaquera em jogos da equipe alvinegra — ou seja, excluindo os jogos válidos pela Copa do Mundo de 2014 e as partidas de futebol dos Jogos Olímpicos de 2016.

Bares também sofrem

Não ter finais disputadas nesta época do ano não atrapalha apenas o planejamento de clubes e federações, mas também de todo o ambiente comercial no entorno do espetáculo, como bares, restaurantes e mesmo hotéis das cidades que recebem as decisões.

Presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), Pedro Hermeto revelou que a movimentação nestes estabelecimentos chega a crescer até 30% em dia de jogos:

— Esse movimento é das pessoas que vão aos jogos, dos que ficam nos bares para assistir nos telões ou até mesmo quem vai para casa de amigos e pede algo via delivery. Costumamos ter de 25% a 30% de aumento nos bares que ficam no entorno dos estádios. São os casos também da Praça Varnhagem, na Tijuca, e do Baixo Gávea, na Zona Sul do Rio.

Em São Paulo, a situação é parecida, mas o problema ganha um contexto diferente por se tratar de uma cidade com número maior de bares voltados a outro público.

— O prejuízo é de acordo como o bar trata esse tipo de evento. Se é focado no futebol, há uma queda de movimentação quando não há jogos. Tudo varia de acordo com o interesse do seu publico — diz Percival Maricato, membro da Abrasel.

Na hotelaria, o impacto é sentido na ausência dos torcedores que viajariam nesta época do ano para acompanhar as finais — movimento considerado essencial por não ser uma época de alta turística. O fim de semana que deveria ter festa será de estádios fechados e bares e hotéis vazios.

 

 

Fonte: Extra
Créditos: Extra