A comunidade caiçara tradicional da praia do Bonete, no sul de Ilhabela, está organizando o 1° campeonato de surf totalmente promovido pelos moradores locais. O projeto é voltado para crianças e adolescente e acontece no próximo sábado e domingo (1° e 2).
A estimativa é que pelo menos 80 jovens participem do evento e a expectativa dos organizadores é de boas ondas para o fim de semana.
A iniciativa surgiu da vontade de algumas mães incentivarem seus filhos e outros jovens na prática do esporte, além de estimular o desenvolvimento físico e mental e a inclusão social, já que a comunidade possui acesso restrito. A chegada ao local só acontece pelo mar ou por uma trilha de aproximadamente 15 km, que só pode ser feita a pé. Outro ponto decisivo para a organização das mães, é evitar o envolvimento dos jovens com drogas, já que este tem se tornado um problema recorrente dentro da comunidade, segundo elas.
O “Campeonato de Surf das Comunidades Tradicionais” será divididos em cinco categorias: Estreante, para crianças de 10 a 12 anos, Iniciantes, de 13 a 14, Mirim, de 15 a 16 anos, Junior de 17 a 18 e a categoria Feminina que terá a participação das atletas independente de idade. Devido ao grande interesse de toda a comunidade foi aberta na última semana a categoria Open, ampliando a possibilidade da participação de todos.
Considerado um dos maiores “picos” do surf no litoral paulista, a praia do Bonete desponta como berço de grandes atletas, com jovens que já ganharam prêmios diversos e hoje vivem do esporte. Além disso, outra característica chama atenção no local: pode-se dizer que praticamente todos os moradores praticam o surf, de jovens a idosos, homens e mulheres. “A importância do esporte dentro da comunidade é inegável e é extremamente necessário investir nesse potencial”, afirmou Luana Acosta Cristo, uma das voluntárias do projeto.
Sem nenhum financiamento dos órgãos públicos, os organizadores do campeonato possuem apenas apoio de alguns empresários da região e pedem doações de prêmios e alimentos para os competidores. “O projeto tem caráter social firmado no empoderamento comunitário e na colaboração mútua, conceito que engloba a co-criação e a participação de todos na realização e execução do projeto”, finaliza Luana.
Fonte: Nova Imprensa
Créditos: Nova Imprensa