Fora de campo, é a Copa América da vergonha, com uma média de 12 casos positivos de Covid-19 por dia. Nas quatro linhas, porém, o Brasil está bem. Dor de cabeça mesmo, só os gramados que continuam a preocupar a seleção brasileira, assim como na Copa América de 2019. O técnico Tite admitiu que o piso do Engenhão, no Rio de Janeiro, é um dos desafios para o jogo diante da Colômbia, nesta quarta-feira, às 21h. Uma vitória garante a classificação do Brasil como primeiro colocado do Grupo A.
Mesmo faltando duas rodadas para o fim da fase de grupos, a seleção já está classificada para as quartas de final. Líder do grupo com seis pontos em dois jogos, com sete gols marcados e nenhum sofrido, o Brasil garante a primeira colocação do grupo em caso de vitória. Tite afirma que é importante avançar em primeiro lugar para evitar grandes deslocamentos.
O jogo diante dos colombianos promete ser o mais difícil da fase de grupos. “Se a gente voltar, dos amistosos que a gente fez a jogos das Eliminatórias, eles sempre tiveram o mais alto nível de exigência. Passei isso aos atletas e estou falando não como supervalorização, mas reconhecimento das dificuldades”, elogiou Tite.
O treinador não confirmou a escalação, mas adiantou que vai fazer mais mudanças. Até o momento, 21 dos 24 convocados para o torneio já foram utilizados. “Nós seguimos nossa mesma forma, estabelecida como ideia na competição. Vamos ter algumas mudanças, mas, teoricamente, não vão modificar a engrenagem da equipe”, disse Tite.
Uma das alterações confirmadas é a entrada de Weverton para completar o rodízio dos goleiros. “A gente sabe como o Tite é detalhista, para analisar todas as características. Se ele me deu essa oportunidade é porque ele confia no meu trabalho. Preciso fazer o meu melhor, estou feliz com a oportunidade e poder jogar neste momento”, afirmou o atleta, confirmando a mudança.
Além de mudar o goleiro, Tite deve promover outras trocas em relação à goleada por 4 a 0 sobre o Peru, na última quinta. Reserva nas últimas quatro partidas, o meia Everton Ribeiro pode voltar a ter chance como titular. É possível também que Marquinhos e Casemiro, titulares absolutos e poupados na última rodada, também retornem à equipe.
O treinador reforçou que está preocupado com a qualidade do piso do Engenhão. “O estado do gramado não é bom. Em função de ser recente a retirada é humanamente impossível (que fique bom)”, afirmou o treinador em entrevista coletiva na Granja Comary, em Teresópolis.
Na vitória contra o Peru por 4 a 0, o Brasil deixou o mesmo estádio bastante insatisfeito com a qualidade do piso. Houve reclamação pública com postagens em redes sociais como a de Neymar, que pediu para que o gramado fosse arrumado.
As reclamações atualizam o problema enfrentado dois anos atrás. Naquela ocasião, os estádios criticados faziam parte da elite, entre eles, a Arena Grêmio, em Porto Alegre, Fonte Nova, em Salvador, e Maracanã, no Rio de Janeiro. Mesmo assim, o argentino Lionel Messi, o uruguaio Luis Suárez e o colombiano James Rodríguez reclamaram publicamente.
Neste ano, a situação é ainda mais delicada. Com a definição do Brasil como sede faltando pouco mais de uma semana para o início do torneio, os estádios escolhidos não são os principais do País. São arenas que, em sua maioria, não vinham sendo utilizadas pelos clubes das séries A e B. No caso da Arena Pantanal, o Cuiabá já teve dois jogos do Brasileirão adiados.
A qualidade do gramado é fundamental para o estilo de jogo da seleção, baseado na técnica, nos toques rápidos e na velocidade. Isso aumenta a vantagem em relação às outras equipes. Tite também mostrou preocupação com a condição física dos atletas. Ele até citou um lance na vitória sobre a Venezuela, no Mané Garrincha, em Brasília. “Eu reclamei de uma falta cometida pelo lateral da Venezuela no Neymar. Depois, eu fui ver que o pé de apoio escorregou e, por isso, ele fez a falta. Ter melhores condições de gramado traz espetáculo e dá mais saúde e segurança aos atletas”, explicou o treinador.
Fonte: Estadão Conteúdo
Créditos: Polêmica Paraíba