TRAGÉDIA

COINCIDÊNCIA OU DESTINO?! Piloto que morreu em queda de avião do Palmas, perdeu o pai em acidente aéreo

O Palmas informou que eles estavam viajando no voo particular porque tinham testado positivo para Covid-19, mas estava no fim do período de isolamento.

 

Wagner Machado Júnior, de 59 anos, morreu no acidente aéreo com parte da delegação do Palmas Futebol e Regatas. Ele era piloto e havia perdido o pai aos nove anos em um acidente, também, de avião. Um irmão dele também era piloto e foi assassinado ao lado de uma aeronave e de tripulantes. A morte de mais um profissional de aviação deixou a família arrasada.

A irmã do piloto morto no último domingo, 24, Gisele Macedo Machado, conta que Wagner tinha 41 anos de profissão e era cuidadoso.

“Ele tinha muito amor à vida. Ele era responsável e sempre falava: ‘a minha vida é mais importante do que qualquer outra coisa’. Então ele tinha um zelo com a vida dele e com a dos passageiros também. Era muito fiel à sua profissão”, lembra.

O pai do piloto era Wagner Machado Mendonça. Ele morreu em 1971 em um acidente aéreo. Gisele conta que ele conduzia uma aeronave sobre o rio Araguaia e acabou caindo na água. “Ele estava brincando. Bateu muito a hélice na água e caiu […] Quando o meu pai morreu a gente era muito pequenininho”.

Vinte anos depois o irmão Luiz Fernando Macedo Machado também morreu na profissão. “Em 1991 meu irmão foi fretado para levar policiais numa região de garimpo. Eram três aviões. Só o dele não conseguiu sair. Toda a tripulação junto com meu irmão foi metralhada. Mas ele estava trabalhando”, lembra a irmã.

“Minha mãe enterrou os três homens da vida dela”, disse Gisele momentos após o enterro de Wagner.

 

 

O corpo de Wagner Filho foi sepultado nesta terça-feira (26) em Goiânia. A cerimônia foi acompanhada por parentes e amigos próximos. No aeroporto e no cemitério foram feitas homenagens ao piloto.

Por ser apaixonado por futebol e torcedor do Vila Nova, clube de Goiânia, a bandeira do time foi colocada sobre o caixão. O clube é o mesmo que iria enfrentar o Palmas Futebol e Regatas pela Copa Verde nesta segunda-feira (25). A partida foi adiada e não tem nova data para acontecer.

Relação com a família
Wagner Machado Júnior era apegado à família. Ele era casado e tinha duas filhas.

“Ele era um pai maravilhoso para as duas meninas que o amavam alucinadamente. Tudo elas contavam para ele. Ele era apaixonado pela esposa, foi o irmão, o filho. Todos os dias às 6h30 ele ligava para ‘tomar benção’ da minha mãe. Ele não decolava sem fazer isso”, lembra Gisele.

A mulher afirma que Wagner será lembrado como um super homem. “O Wagner era singular. Nós estamos firmes e em pé por causa dele”, conta.

O acidente

 

A queda do avião foi logo após a decolagem, por volta das 8h30 deste domingo (24), a cerca de 25 quilômetros de Palmas. A pista de onde o avião ia decolar é particular e pertence à Associação Tocantinense de Aviação (ATA). O local é no território do distrito de Luzimangues, em Porto Nacional.

Os relatos das testemunhas indicam que o choque com o solo foi segundos após a tentativa de levantar voo e que logo em seguida houve explosões.

Seis pessoas estavam a bordo do avião e nenhuma delas sobreviveu. Além do piloto Wagner Machado Júnior, o presidente do Palmas Futebol e Regatas, Lucas Meira e quatro jogadores também estavam na aeronave.

Os atletas do times são: O goleiro Ranule, o lateral-esquerdo Lucas Praxedes, o zagueiro Noé e o atacante Marcus Molinari.

Os quatro jogadores eram recém-chegados ao clube, nenhum deles havia estreado ainda. O Palmas informou que eles estavam viajando no voo particular porque tinham testado positivo para Covid-19, mas estava no fim do período de isolamento. Todos foram contratados em 2021. Dois deles tinham 23 anos de idade e o mais velho 28. Também jovem, o presidente do clube tinha 32 anos.

Ainda não há informações sobre o que pode ter causado o acidente. Uma equipe do Sexto Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (SERIPA VI), órgão regional do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA), localizado em Brasília (DF) foi acionada. Não há previsão de quanto tempo a apuração do caso deve levar.

Fonte: G1
Créditos: Polêmica Paraíba