O número 23 estampado na camisa que os jogadores do Campinense Clube vestiram logo após o apito final do árbitro sábado em Campina Grande, sagrando a Raposa campeã de futebol da Paraíba em 2022, representa efetivamente a quantidade de títulos do time, negada por mais de vinte anos pela Federação Paraibana de Futebol, cujos registros indicavam até meses atrás que os campeões de 1975 teriam sido o Botafogo e o Treze, ganhadores respectivamente do primeiro e do segundo turno da competição.
O Campeonato Paraibano de Futebol de 1975 foi a 65ª edição (reconhecida) deste campeonato. Sua organização e direção ficou por conta da Federação Paraibana de Futebol (FPF) e contou com a participação de 11 times. Edilson, do Atlético de Sousa, foi o artilheiro da competição, com 13 gols.
O campeonato foi marcado por um impasse quanto ao campeão, já que a Federação Paraibana de Futebol, organizadora do evento, considera campeões paraibanos o Botafogo-PB (campeão do 1º turno) e o Treze (campeão do 2º turno).
Isto se deve ao fato de o Campinense ter acionado a justiça, paralisando o campeonato antes do seu fim. Alegava o Campinense que em um jogo contra a equipe do Nacional de Patos, este escalou um jogador irregular em jogo válido pelo 2º Turno do Campeonato Paraibano, jogo esse vencido pelo Nacional pelo placar de 3 a 1.
O Campinense ganhou a causa na justiça (ganhou os pontos da partida contra o Nacional) e se autoproclamou campeão no lugar do Treze. Mas a Federação Paraibana de Futebol jamais reconheceu a legitimidade da decisão judicial e até hoje, em seu site oficial, coloca o Treze como um dos campeões estaduais de 1975.
Em 2012, uma decisão do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) deu ganho de causa ao Campinense, e o clube declarou que iria encaminhar o documento para a Federação Paraibana de Futebol para que a entidade homologasse o título paraibano de 1975. Porém, até hoje o clube não conseguiu o reconhecimento do título pela FPF e a presidente quase vitalícia da época, Rosilene Gomes, engavetou o comunicado.
Quem foi campeão paraibano de 1975? Essa é uma pergunta que incomoda e até hoje era difícil de ser respondida. Mas agora o site APALAVRA, com exclusividade, publicou certidão original do STJD validando o título para a Raposa, no lugar do que fora dado ao Galo.
Até então, os três grandes times do Estado – Botafogo-PB, Treze e Campinense – se consideram vencedores. Para a Federação, em sua última atualização da lista de campeões estaduais (ainda na gestão de Rosilene Gomes, encerrada em 2014), o título é dividido apenas entre botafoguenses e trezeanos.
O Campeonato Paraibano daquele ano não chegou ao fim e Botafogo-PB e Treze, campeões de turnos, foram declarados oficialmente campeões pela FPF – tanto que representaram a Paraíba no Campeonato Brasileiro. O problema é que o turno conquistado pelo Galo foi contestado pelo Campinense.
A Raposa foi à justiça desportiva em busca dos pontos na partida contra o Nacional de Patos, vencida pelos patoenses por 3 a 1. No caso, o Canário do Sertão teria escalado um jogador de forma irregular e os três pontos do vencedor iriam para o Rubro-negro. O pleito foi acatado pelo STJD. E com os dois pontos a mais, a Raposa passaria o Treze como campeão do segundo turno.
Mas, àquela altura Botafogo-PB e Treze já estavam disputando o Campeonato Brasileiro da Série A. Eles não chegaram a decidir o título estadual por falta de datas. Mesmo com a decisão favorável do STJD, o Campinense também não disputou a final contra o Belo.
O impasse persiste até os dias atuais e a cada título conquistado pelo Campinense o clube contabiliza uma taça a mais do que a FPF.
Na verdade, o STJD emitiu uma Certidão mostrando que o Campinense foi o CAMPEÃO de 1975. Só que Rosilene Gomes engavetou e escondeu a certidão por mais de 20 anos. Aliás, na sua gestão ela escondia tudo que vinha do STJD que pudesse beneficiar times do interior.
Fonte: APALAVRA
Créditos: Polêmica Paraíba