Questionada pelo advogado que defende a família Brittes, Claudio Dalledone, se Daniel havia sido culpado pela própria morte, Gessi Rodrigues respondeu afirmativamente.
Segundo a investigação, Daniel tirou fotos deitado ao lado de Cristiana, no quarto do casal, antes do crime. O delegado que investigou o caso afirmou que não houve tentativa de estupro.
Na sequência do depoimento a mãe de Cristiana afirmou que “isso não é brincadeira que se faz”, e que a filha e a neta são vítimas. “Ele acabou com a minha família. Ela [Cristiana] só estava dormindo, não fez nada”, disse.
Gessi Rodrigues é uma das mais de 40 testemunhas arroladas pelas defesas dos sete réus na audiência sobre o homicídio do jogador.
O atleta foi morto em outubro após a festa de aniversário de Allana Brittes, filha de Edison e Cristiana Brittes. Na época, Edison disse à Polícia Civil que cometeu o crime porque Daniel tentou estuprar Cristiana.
Nesta terça-feira (2), o pai de Cristiana depôs à juíza da 1ª Vara Criminal de São José dos Pinhais, Luciani Martins de Paula, e afirmou que se fosse pai de Daniel, teria dado outra educação ao jogador. “Eu diria pro meu filho: ‘nunca vá na cama de uma mulher casada'”, afirmou.
Prisão de Allana
A defesa da família questionou a mãe de Cristiana se a liberdade de Allana traria riscos ao processo e se a filha de Edison Brittes poderia coagir alguma testemunha caso não estivesse presa, e Gessi afirmou que Allana “jamais faria isso”.
O advogado Nilton Ribeiro, que atua como assistente de acusação, questionou se Gessi sabia que Allana tinha mandado mensagens para a família de Daniel após a morte do atleta.
Segundo a polícia, Edison Brittes chamou pessoas que estavam na festa para uma conversa em um shopping — Foto: Reprodução/RPC
A avô da jovem disse sabia, mas que Allana não iria “falar do pai” e repetiu que o jogador “desrespeitou” a família Brittes.
Seis dos sete réus estão presos desde novembro. São eles: Edison Brittes, Cristiana Brittes, Allana Brittes, Eduardo Henrique Ribeiro da Silva, Ygor King e David Willian Vollero Silva.
Evellyn Perusso, acusada de falso testemunho e denunciação caluniosa, é a única que responde ao processo em liberdade.
Depoimento da mãe de Evelllyn
A mãe de Evellyn foi outra testemunha ouvida na manhã desta quarta-feira. No depoimento, ela falou o que a filha contou dias após o crime.
Rosângela Brisola Machado afirmou que Evellyn ajudou a limpar a casa da família Brittes após as agressões ao jogador porque Edison Brittes mandou que todos ajudassem.
A mãe da jovem também afirmou que Eduardo Purkote, um dos rapazes que estava na festa na casa da família, ajudou nas agressões a Daniel e só não entrou no carro de Edison Brittes porque o irmão dele não permitiu.
Eduardo Purkote foi indiciado por lesão corporal grave, mas não foi denunciado pelo Ministério Público e não é réu no processo.
Veja a lista com sete réus no processo e os respectivos crimes
- Edson Brittes Junior: homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver, fraude processual, coasão de testemunha e corrupção de menor;
- Cristiana Brittes: homicídio qualificado por motivo torpe, coação de testemunhas, fraude processual e corrupção de menor;
- Allana Brittes: Fraude processual, coação de testemunhas e corrupção de menor (preso);
- Eduardo da Silva: homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver, fraude processual e corrupção de menor (preso);
- Ygor King: homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver, fraude processual e corrupção de menor (preso);
- David William da Silva: homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver, fraude processual, corrupção de menor e denunciação caluniosa (preso);
- Evellyn Brisola Perusso: denunciação caluniosa e falso testemunho (responde em liberdade).
O que dizem as defesas
Em nota, a defesa da Familia Brittes informou que vai se manifestar sobre todas as provas judicialmente produzidas ao final da fase de audiência.
A defesa de Evellyn Perusso informou que a jovem foi testemunha dos fatos, não participou da morte do jogador Daniel e que “sua inocência será comprovada”.
A defesa de Eduardo da Silva informou que vai provar que o jovem participou unicamente das lesões corporais realizadas na casa da família Brittes e que não contribuiu com qualquer ação na morte do jogador Daniel.
A defesa de Ygor King e David Willian afirma que os dois participaram das agressões, mas não da morte do atleta, e que isso “já ficou nos depoimentos das testemunhas de acusação”.
O G1 tenta contato com a defesa de Eduardo Purkote, citado em um dos depoimentos.
Relembre o caso
Daniel foi morto após participar da festa de aniversário de Allana Brittes, que começou em uma boate e terminou na casa da família Brittes.
A defesa de Edison afirma que Daniel tentou estuprar Cristiana e defende que o réu matou o jogador para defender a mulher. Para o Ministério Público e Polícia Civil, não houve tentativa de estupro.
Seis dos sete réus estão presos desde novembro. Evellyn Perusso, acusada de falso testemunho e denunciação caluniosa, é a única que responde ao processo em liberdade.