Futebol é dinâmico. O clichê ajuda – e muito – a entender as idas e vindas que levaram Henrique Dourado ao Flamengo. O anúncio é questão de tempo. Melhor, questão de uma assinatura: a de Pedro Abad para rescisão do atacante, que já tem a papelada redigida pelo Rubro-Negro. Capítulo final de uma novela que começou no Rio, foi a São Paulo, passou pela Turquia e por Udinese até ser concluída.
O Flamengo queria Love. Perdeu. O Corinthians queria Dourado. Perdeu. O Fluminense precisa de dinheiro. Ganhou. Basicamente, essa é a equação que leva o Ceifador à Gávea. Diante de um mercado escasso, o Rubro-Negro olhou para o vizinho, que não desejava a liberação, mas se viu sem alternativa com o recuo do Timão e a necessidade de fazer caixa. Assim – finalmente – as pontas se fecharam.
A proposta inicial
A primeira investida foi pouco depois da virada do ano. Após mapear o mercado em busca de um 9 para suprir a ausência de Guerrero, o Flamengo enviou uma proposta para o Fluminense para contar com o atacante. Naquele momento, o Tricolor já tinha em mãos a oferta do Corinthians.
As duas foram consideradas similares, e o Fluminense deixou claro que não havia intenção alguma de negociar o único nome de peso que restava em seu elenco justo com o maior rival. Na época, Dourado também via de melhor tom não trocar as Laranjeiras pela Gávea.
Com a oferta recusada, Dourado então ficou próximo de um acerto com o Corinthians. O atual campeão brasileiro perdeu Jô para o futebol japonês e também precisava de um nome para a posição. Com a negativa, o Rubro-Negro passou a voltar seus esforços para repatriar Vágner Love.
Missão Love falha
A missão Love, no entanto, não foi bem sucedida. O Alanyaspor não aceitou a oferta do Flamengo e, posteriormente, negociou o atacante com o Besiktas, também do futebol turco. Com isso, o nome de Henrique Dourado voltou com força ao Flamengo.
O Ceifador, ainda nos Estados Unidos, local da pré-temporada tricolor, revelou o desejo de mudar de ares. Publicamente, em entrevista, e em conversa com o treinador. Abel, então, disse ter a intenção de tirá-lo do time. Se atuasse pelo Flu no Carioca, não poderia defender o Rubro-Negro na mesma competição.
O desfecho positivo iminente é fruto de uma junção de fatores
Sem Love e com a temporada em andamento, o Flamengo não enxergava muitas opções para resolver a questão. O mercado não oferece atualmente um leque de centroavantes e o mapeamento do clube não funcionou.
Além disso, o Rubro-Negro já estava tratando uma venda do atacante Felipe Vizeu. Ele assinará contrato com a Udinese por cinco anos, mas fica no Flamengo até junho. Guerrero pode ter a pena anulada em fevereiro, mas está suspenso até maio.
O Fluminense, por sua vez, via sua crise financeira sem precedentes atingir novos níveis, inclusive com bloqueio de receitas pela Justiça. O clube só aceitou vender o seu atacante justamente para o Flamengo porque somente o rival apresentou uma oferta oficial perto do valor da multa. O Tricolor deve receber 2 milhões de euros (R$ 7,8 milhões).
O clube das Laranjeiras ainda teve um trauma recente envolvendo um nome de peso de seu elenco. Gustavo Scarpa acionou o clube na Justiça e conseguiu o direito de assinar com o Palmeiras por conta de dívidas. Havia um temor nas Laranjeiras de que a história pudesse se repetir.
Para completar, o Corinthians, que era outro interessado no camisa 9 tricolor, recuou nas últimas semanas. O negócio ficou em suspenso dada a eleição presidencial do dia 3 de fevereiro. A situação deixou Dourado e seu staff em alerta.
Andamento do negócio
Empresário de Dourado veio ao Rio de Janeiro na semana passada para receber a oferta do Flamengo e, principalmente, conversar com o Fluminense.
Fonte: Globo Esporte
Créditos: Globo Esporte