Sem-teto

Brasileiros jogadores de Call of Duty são expulsos de casa nos EUA após surto

A escalação de Call of Duty da Merciless Gaming passa por uma situação difícil. Os brasileiros foram expulsos de sua gaming house em Houston, no Texas, após um "surto" de Mason "nos4m" Sanders, proprietário da residência e um dos parceiros da organização.

A escalação de Call of Duty da Merciless Gaming passa por uma situação difícil. Os brasileiros foram expulsos de sua gaming house em Houston, no Texas, após um “surto” de Mason “nos4m” Sanders, proprietário da residência e um dos parceiros da organização.

“A gente ainda não tem certeza ainda [porque fomos expulsos da casa]. A gente estava jogando no dia e o cara que fica conosco estava lá sentado, como sempre faz, mas estava quieto e não falava nada. Ai ele saiu de casa e nos mandou uma mensagem dizendo que nosso futuro era incerto”, contou Leandro “Le” Gouveia, jogador da MG, em contato com o ESPN eSports.

“A gente não levou muito a sério pois isso já aconteceu várias vezes. Ai o cara voltou, se trancou no quarto e mandou uma mensagem dizendo que tínhamos que sair da casa naquela noite. Aí o pessoal da Merciless disse que não tínhamos que sair, mas fomos arrumar as coisas mesmo assim”, completou.

Depois das malas prontas, Le contou que os jogadores foram dormir por conta do cansaço. A noite de sono, porém, foi interrompida logo no começo da manhã, com ameaças de nos4m. “Ele falou que se não saíssemos, chamaria a polícia. Nós não sabíamos o que poderia acontecer então saímos para não dar problema”, afirmou o jogador.

Procurado pela reportagem, Alessandro “Apoka” Marcucci, um dos proprietários da MG, explicou a situação. “O nos4m não era sócio da organização, mas tinha um percentual em cima da escalação”, contou. “O aluguel era de 1 mil dólares por mês, aí ele subiu para 1,4 mil”, completou Apoka .

O nome de nos4m não é estranho ao cenário de eSports brasileiro. A casa que vinha sendo ocupada pelo time brasileiro também já recebeu os jogadores de Counter-Strike: Global Offensive da WinOut e da atual Luminosity Gaming. Na época, nos4m era o gerente e Apoka o treinador.

Depois do acontecido, nos4m excluiu todas as redes sociais e não respondeu as tentativas de contato da MG.

Ainda segundo Le, a relação com a divisão brasileira da MG, segue normal. “Eles sempre correram atrás de tudo pela gente”. Em nota, Alan “Balo” Battiato, outro proprietário da MG, afirmou que os jogadores não estão desamparados.

“Estou dando todo o suporte possível para eles, que antes de serem jogadores profissionais, são seres humanos e meus amigos”, escreveu. Balo ainda afirmou que a MG está aberta a propostas pela escalação e que “abrirá mão de qualquer multa contratual” caso alguma organização norte-americana se interesse pela equipe.

Segundo Le, a grande repercussão do caso devido ao vídeo de desabafo, divulgado por grandes figuras do Call of Duty e do eSports em geral, fez com que algumas organizações entrassem em contato.

“A gente está esperançoso em se manter aqui. O nosso problema não é dinheiro, o nosso problema é não ter onde morar. A gente não pode alugar uma casa aqui, não podemos contratar internet, esse é nosso maior problema. Por isso não estamos abrindo nenhum financiamento”, completou.

Apesar do interesse de outras organizações, ainda há chance dos brasileiros continuarem na MG e mudarem para uma nova gaming house.

Fonte: ESPN