Foi um “intensivão” de VAR durante a Copa. Os torcedores brasileiros que acompanharam o Mundial tiveram aulas bastante didáticas sobre o árbitro de vídeo – como ele funciona, em que ocasiões ele pode interferir no jogo, etc.
O recurso de tecnologia que deu certo na Rússia não estará no Brasileiro, que terá sua disputa retomada nesta quarta-feira. No entanto, mesmo sem a novidade, a modernidade na mediação de partidas pode afetar o principal campeonato do país, particularmente no quesito comportamental.
A CBF (Confederação Brasileira de Futebol) colocou em votação a implementação do VAR durante a reunião do Conselho Técnico da Série A, em fevereiro passado, mas os clubes participantes decidiram não aprovar a estreia do árbitro de vídeo. O motivo alegado para a recusa foi financeiro, já que o custo estimado para o uso da tecnologia em 380 jogos era de R$ 20 milhões e a CBF alegou que os clubes é que teriam de arcar com o valor.
O placar da votação foi de 12 a 7 contra o VAR, com uma abstenção. Foram a favor apenas os representantes de Bahia, Botafogo, Chapecoense, Flamengo, Grêmio, Internacional e Palmeiras. A abstenção foi do São Paulo.
Após a Copa, a cultura do VAR está fresca na cabeça de jogadores, técnicos e torcedores. Dez jogos acontecem entre quarta e quinta, válidos pela 13ª rodada do Brasileiro. A expectativa será de como os personagens envolvidos na disputa e espetáculo vão se comportar a partir de agora.
Vasco x Bahia na segunda-feira já teve polêmica
Pouco mais de 24 horas depois do fim da Copa já tinha torcida brasileira solicitando o VAR. No confronto entre Vasco e Bahia, pelas oitavas de final da Copa do Brasil, um pênalti polêmico a favor dos cariocas fez vários torcedores pedirem nas redes sociais a presença da tecnologia.
No primeiro tempo, Andrés Ríos cortou Nino Paraíba e caiu na área pedindo pênalti. O árbitro Rafael Traci viu a falta e marcou a infração, para a revolta dos jogadores do Bahia e de muitos torcedores, que comentaram a decisão através do Twitter.
Teve até quem lembrou a votação na qual os clubes rejeitaram o uso do VAR no Campeonato Brasileiro. “Por isso o Vasco votou contra”, escreveu um torcedor nas redes sociais, ainda que o argumento oficial do presidente Alexandre Campello tenha sido o custo de implementar a tecnologia.
Mas o VAR vai aparecer em breve na Copa do Brasil. O árbitro de vídeo começa a operar nas quartas de final da edição deste ano, portanto já a partir do próximo dia 1º de agosto. Nesta data, há três confrontos agendados: Santos x Cruzeiro, Corinthians x Chapecoense e Grêmio x Flamengo. O sistema será usado em 14 jogos, com custo aproximado de R$ 700 mil.
Ou seja, já no próximo mês alguns times de elite do país terão na mesma semana jogos com o VAR (Copa do Brasil) e sem o VAR (Série A).
Debate sobre interferência externa vem dos últimos anos
Nos últimos anos, vários casos polêmicos suscitaram o debate sobre interferência externa no trabalho da equipe de arbitragem. Recentemente, o episódio mais controverso aconteceu na decisão do último Campeonato Paulista, quando o juiz da partida voltou atrás em uma decisão de um pênalti a favor do Palmeiras.
A polêmica deflagrou uma cruzada jurídica por parte do Palmeiras, derrotado na final estadual, com direito a dossiê e vídeos editados com vários ângulos, que sugerem interferência de membros externos à equipe de arbitragem.
A CBF ensaiou colocar em prática o árbitro de vídeo ao longo do Brasileiro de 2017, mas acabou recuando, em razão de complexidades técnicas e financeiras. O campeonato contou com uma série de episódios controversos.
Em um deles, o juiz Paulo Schleich Vollkopf voltou atrás na marcação de uma penalidade contra o Flamengo, a favor do Avaí, depois de dois minutos e vinte segundos. Na oportunidade, a CBF se manifestou para negar a interferência externa, proibida pelas regras da Fifa.
Fonte: UOL
Créditos: UOL