O presidente Michel Temer recebeu na manhã desta segunda-feira o secretário de Conselho de Segurança da Rússia, general Nikolai Patrushev, para discutir ações de segurança internacional, com foco na Copa do Mundo de 2018, que será sediada na Rússia. No âmbito dos Brics, os dois países já mantém tratado de cooperação na área de segurança.
De acordo com a assessoria de imprensa do Planalto, Temer e Patrushev trataram sobre ações de cooperação na área de inteligência para combate a crimes transfronteiriços e cooperação em segurança na Copa da Rússia. Segundo o Planalto, os dois abordaram também planos relacionados à segurança dos torcedores brasileiros que participarão da Copa na Rússia.
Depois do encontro com o presidente, Patrushev e a delegação russa tiveram uma reunião ampliada comandada pelo ministro do Gabinete de Segurança Institucional, Sergio Etchegoyen. O ministro da Justiça, Torquato Jardim, e o novo diretor-geral da Polícia Federal, Fernando Segovia, também participaram.
Na abertura da reunião, que pode ser acompanhada pela imprensa, Etchegoyen afirmou que, mesmo com as diferenças culturais, os dois países “compartilham de desafios similares”. “Somamos as percepções convergentes em matéria de política internacional e a nossa parceria natural, ditada por circunstâncias objetivas, independe de orientação políticas de governos”, disse o ministro brasileiro.
Etchegoyen afirmou ainda que na medida em que o Brasil “deixa para trás a pior crise econômica da história” é possível que os dois países avancem em outros temas mais sensíveis no âmbito de organizações financeiras e da organização mundial do comércio, citou.
O ministro brasileiro citou a visita feita pelo presidente Michel Temer em junho e disse que a assinatura de um acordo de promoção de investimento pode tornar “mais sólida a cooperação material” entre os dois países.
Etchegoyen disse que no Brasil “não vivemos a angústia” de compartilhar fronteiras com “nações postas em xeque pelo terrorismo”. “Em contrapartida temos que exercer vigilância constante sobre o crime organizado, especialmente do narcotráfico”, disse. “Esse continente não é afeito a guerras quentes ou frias, por isso mesmo precisa preservar o legado e distanciamento com relação às rivalidades emergentes e recusar informação de elementos estranhos ao nossos próprios cálculos estratégicos”, completou, fazendo uma referência a Guerra Fria, período de guerras, de 1945 a 1991, entre a extinta União Soviética e os Estados Unidos.
Patrushev disse em seu discurso que os dois países estão unidos nas avaliações dos problemas principais da atualidade e que o “alto nível de interação” entre Brasil e Rússia pode se dar em varias áreas. “As posições dos nossos países, do ponto de vista agenda global, coincidem ou estão muito próximos e esperamos que isso continue no futuro”, disse.
Fonte: Istoé
Créditos: Istoé