Depois de um primeiro tempo complicado, a seleção brasileira deslanchou na etapa final e venceu com a facilidade a Rússia por 3 a 0 nesta sexta-feira, em Moscou, no primeiro dos dois últimos amistosos antes de Tite definir o grupo de 23 jogadores que levará à Copa do Mundo.
Com um futebol rápido e envolvente, desta vez a equipe não sentiu falta de Neymar, que se recupera da fratura sofrida no quinto metatarso do pé direito. Na próxima terça-feira, a seleção enfrenta a Alemanha, em Berlim, encerrando o giro. A partida terá início às 15h45, horário de Brasília.
Contra os russos, após a dificuldade inicial contra a linha defensiva de cinco jogadores, a seleção “quebrou” a marcação adversária com toque rápidos, talento individual e viradas de jogo, buscando encontrar espaços.
As experiências feitas por Tite deram certo, considerando-se o rendimento da etapa final. Willian fez grande partida, apesar de um erro na etapa final que quase resultou no gol da Rússia quando o jogo já estava 3 a 0. Douglas Costa soltou-se na etapa final, usando seu poder de drible para fazer excelentes jogadas. E Philippe Coutinho, jogando mais centralizado, mostrou que pode ser eficiente na tarefa de dar ritmo ao time.
O JOGO
O técnico da Rússia, Stanislav Cherchesov, colaborou com Tite. Montou sua equipe com a linha defensiva de cinco jogadores, dando oportunidade ao treinador brasileiro que testar a equipe contra esse tipo de formação. Os russos também procuraram povoar o meio de campo, com o objetivo de encurtar os espaços.
A consequência foi que o Brasil tocava bem a bola, mas tinha dificuldade para penetrar. Durante a primeira etapa, por várias vezes rondou a área, mas esbarrou na barreira formada pela defesa russa.
Sob temperatura de 0 grau C, os primeiros 20 minutos foram mornos. O Brasil chegava pouco e a Rússia estava mais preocupada em marcar. Ainda assim, a seleção teve boa chance aos 4 minutos, quando Gabriel Jesus recebeu lançamento longo de Daniel Alves, mas seu chute foi defendido pelo goleiro Akinfeev, e aos 7 minutos, quando o próprio lateral-direito arriscou de fora da área, mas errou o alvo por muito.
Douglas Costa, o substituto de Neymar, estava apagado pelo lado esquerdo. Philippe Coutinho, mais centralizado, tentava coordenar as jogadas, mas tinha dificuldade em função da falta de espaço. Willian até foi mais efetivo pela direita, sem brilho porém. Com isso, e com os laterais tinham dificuldade para ir ao fundo, Gabriel Jesus ficou isolado.
Com o passar do tempo, a Rússia, que marcava a saída de bola brasileira e dificultava a vida dos defensores de Tite, se soltou. Então, aproveitou os erros de passe do Brasil para criar três boas chances, a principal delas com Miranchuk, mas o russo chutou por cima.
Diante da forte marcação da Rússia, o Brasil, a rigor, só deu trabalho, pouco, a Akinfeev em chutes de fora da área. Mas nenhum deles obrigou o goleiro a fazer defesa difícil. Nem a inversão feita por Tite na parte final da etapa, trocando Willian e Douglas Costa de lado, deu resultado.
Mas o Brasil começou o segundo tempo fazendo uma jogada vista várias vezes desde que o treinador assumiu. Após uma roubada de bola, a seleção passou ao ataque rapidamente, Douglas Costa recebeu pela esquerda, fez boa jogada e inverteu para Willian, livre na área. Ele ajeitou com um toque sutil para Paulinho, que também chegava livre, mas o volante bateu em cima do goleiro. No rebote, Coutinho mandou por cima do travessão.
A seleção estava mais esperta, mais rápida. Atraia a Rússia, roubava a bola e saía em velocidade. Assim, quase marcou com Willian, num chute em que a bola foi desviada por um zagueiro e Akinfeev defendeu no susto.
A bola foi para escanteio e, na sequência da cobrança, o Brasil abriu o placar. Após cruzamento da direita, Thiago Silva subiu mais alto que a zaga e cabeceou. Akinfeev rebateu nos pés de Miranda, que só teve o trabalho de mandar para as redes.
Com mais disposição, movimentação e rapidez, o Brasil dominava completamente a partida. Aos 14 minutos, Paulinho perdeu gol incrível, pegando mal na pequena área e chutando em cima do goleiro, após grande jogada de Coutinho, que brilhou vários adversários. Aos 16, o segundo gol saiu. Paulinho foi puxado por Gorovin na área.
Pênalti que Coutinho cobrou no lado direito de Akinfeev, que pulou para o outro lado.
Paulinho faria o dele aos 20 minutos, sem precisar se esforçar muito. Willian fez grande jogada pelo lado direito da área e cruzou na cabeça do volante, que livre só escorou para o gol.
A Rússia já não tinha mais força para marcar, a seleção jogava fácil e acabou se acomodando. Isso permitiu aos russos ter duas chances, aos 23 com Dzagoev chutando para fora, e aos 31, quando Willian quis fazer graça dentro da área brasileira e tirar uma bola com classe, mas permitiu a Anton Miranchuk cabecear. Sorte dele que Thiago Silva salvou em cima da linha.
Tite passou a fazer substituições para testar jogadores. O ritmo caiu, mas ainda assim o domínio brasileiro permaneceu. Fred, Taison, Fagner, Geromel entraram, mas, com o jogo definido, não puderam ser testados para valer, assim como Renato Augusto e Roberto Firmino.
Tite já tem 16 jogadores garantidos para o Mundial. E, a considerar o segundo tempo do jogo contra a Rússia, Douglas Costa tem grande chance de ter garantido uma vaga.
FICHA TÉCNICA
RÚSSIA 0 X 3 BRASIL
RÚSSIA – Akinfeev; Kutepov, Granat e Kudryashov; Samedov (Smolnikov), Glushakov (Anton Miranchuk), Zobnin (Erokin), Golovin, Kombarov e Aleksei Miranchuk (Dzagoev); Smolov (Zabolotny). Técnico: Stanislav Cherchesov.
BRASIL – Alisson; Daniel Alves (Fagner), Thiago Silva, Miranda (Geromel) e Marcelo; Casemiro, Paulinho (Renato Augusto) e Philippe Coutinho (Fred); Willian (Taison), Gabriel Jesus (Roberto Firmino) e Douglas Costa. Técnico: Tite.
GOLS – Miranda, aos 7, Philippe Coutinho (pênalti), aos 16, e Paulinho, aos 20 minutos do segundo tempo.
ÁRBITRO – Aleksei Kulbakov (BLR).
CARTÕES AMARELOS – Não houve.
PÚBLICO – Não disponível.
LOCAL – Estádio Luzhniki, em Moscou (RUS).
Fonte: Estadão
Créditos: Estadão