Por mais que Amanda Nunes e Cris Cyborg tentem manter um clima amigável em suas entrevistas recentes, invariavelmente as duas – que disputarão o título peso-pena (66 kg) em 29 de dezembro, no UFC 232 – acabam se provocando. E não foi diferente nesta quinta-feira (20), quando o Ultimate promoveu uma entrevista coletiva virtual com elas. Cris, que colocará seu cinturão em jogo no evento, questionou a baiana por uma declaração sobre a promoção do combate e as duas iniciaram uma discussão.
O atrito se iniciou quando um repórter perguntou a Amanda se ela estava satisfeita com a maneira com que vinha sendo promovida pelo UFC – uma antiga queixa da campeã peso-galo (61 kg). Ao contrário do que fez em outros tempos, Nunes disse que não está dando atenção a este assunto.
“Honestamente, não estou preocupada com isso. Estou preocupada com a luta. O resultado vai me dar o que eu realmente quero. Não estou preocupada com mais nada. Se eles quiserem promover mais quem eles quiserem, não me importa. Eu estou concentrada agora em fazer história. É a única coisa que eu penso agora. Seja o que eles queiram fazer em relação à promoção, sintam-se livres para fazer. Aconteceu em todas as minhas lutas antes dessa, sempre fui ‘o azarão’, e gosto disso. Adoro ser o azarão, adoro ser aquela de quem não se espera nada. Gosto de lutar nesta posição. Não tenho nada a perder nesta luta, só a ganhar. Estou bem com isso”, falou.
Cyborg, então, entrou no assunto para reiterar um questionamento feito ao longo de todo esse ano: o suposto excesso de tempo pedido por Nunes para se preparar para a superluta do UFC 232. Cris afirmou que, ao desconsiderar a promoção, a rival estava negando o argumento que deu para que o combate acontecesse em dezembro.
“Ela diz que não se importa com promoção, mas disse que precisava de nove meses treinando, para que o UFC tivesse tempo para promover a luta. É engraçado para mim”, disse, antes de ouvir a réplica de Amanda.
“É sobre treino, não é sobre promoção. Quando você tem tempo para treinar, você não pensa na promoção. Pensa em treinar. (…) Eu não disse que a promoção deveria ser sobre mim, mas sobre a luta. A luta entre mim e você”, declarou a campeã dos pesos-galos. Cyborg, então, insistiu que Nunes estava se contradizendo. “Exatamente. Você queria que o UFC passasse nove meses promovendo”, criticou.
Em seguida, Amanda tomou novamente a palavra, deu a sua versão sobre o processo de negociação com o Ultimate e afirmou que as reclamações de Cyborg deveriam ser endereçadas à organização, uma vez que as suas exigências para que o duelo acontecesse foram aceitas pelos executivos da empresa.
“Não é problema meu. Você deveria questionar o UFC sobre isso. Não é problema meu. Me ofereceram a luta, eu disse a eles: ‘Preciso desse tempo para lutar, estarei disponível neste tempo’. E eles aceitaram. Você tem que questionar o UFC sobre isso”, falou.
“Ouça, Cris. Você é uma lutadora forte. Vindo de minha última luta com 61 kg, você acha que eu deveria subir para pegar você sem estar 100%? Sejamos honestas. Eu disse (no início do ano): ‘Ouça, Dana, eu não estou disponível para lutar agora. Acabei de bater 61 kg, estou lesionada e, talvez, se vocês marcarem para o fim do ano, estarei 100%’. Não é meu problema, você deveria se queixar com o UFC sobre isso”, acrescentou.
Cyborg, então, tentou acabar com o clima de animosidade, o que foi aceito por Nunes. “Não cabe emoção aqui, não estamos falando sobre isso. Só respondi o que você falou”, disse. As palavras da veterana reduziram o tom da conversa, e Amanda acenou com a paz. “Do meu lado, também não. Não tenho nada contra Cris. De fato, ela é a melhor. A campeã na categoria dela. Estou muito feliz de dividir o octógono com ela. Não tem nada a ver com algo pessoal. São apenas negócios aqui”, finalizou a campeã peso-galo. Nunes e Cris farão a segunda luta mais importante do UFC 232, que será realizado em Las Vegas (EUA). O combate que encabeça o card reunirá Jon Jones e Alexander Gustafsson, pelo cinturão vago dos meio-pesados (93 kg).
Fonte: Combate
Créditos: Combate