UFC

Amanda luta contra irritação do UFC para manter cinturão brasileiro

Desde que cancelou o combate em sua data original, em julho, hora antes do evento, alegando estar doente, a baiana despertou a insatisfação de Dana White e companhia

Neste sábado (9), Amanda Nunes defende o cinturão do peso galo feminino do UFC contra Valentina Shevchenko no UFC 215, em Edmonton (EUA), tentando manter o título que há mais tempo pertence a um competidor do Brasil em meio à irritação da diretoria da organização. Desde que cancelou o combate em sua data original, em julho, hora antes do evento, alegando estar doente, a baiana despertou a insatisfação de Dana White e companhia.

Amanda é a dona do cinturão desde julho do ano passado, quando tirou o título das mãos de Miesha Tate em vitória por submissão. Na oportunidade, a lutadora vinha de três vitórias seguidas, a última delas conquistada justamente sobre Shevchenko. Meses depois, em dezembro, conseguiu a primeira defesa ao vencer Ronda Rousey por nocaute técnico.

A segunda defesa de título deveria ter acontecido em julho deste ano, no UFC 213, quando Amanda voltaria a enfrentar Shevchenko. A brasileira, no entanto, alegou que estava com sinusite para desistir do combate horas antes de seu início.

Agora, Amanda dividiria o posto de luta principal do UFC 215 com o combate entre Demetrius Johnson e Ray Borg. A brasileira acredita que se trata de uma espécie de represália pelo ocorrido meses antes.

“Com certeza sinto que estão me punindo. Poderia ter sido a luta principal ou a primeira luta do card, e eu lutaria do mesmo jeito. Vou subir no octógono e defender meu cinturão. Não tenho problema em dividir a luta principal. Vou manter meu cinturão, ir embora, ir para minha casa, tomar uma cerveja e curtir com minha namorada, meus amigos e minha família”, declarou a brasileira, na última quinta-feira (7), em entrevista coletiva concedida por telefone.

A questão é que dessa vez não foi ela que cancelou um combate em cima da hora. Borg, que dividira o holofote principal com a brasileira ao lutar contra Demetrius Johnson, teve de desistir de sua luta por estar doente, o que voltou a elevar o combate da baiana ao status de principal.

A situação de Amanda foi motivo de troca pública de farpas com Dana White, presidente do UFC. Logo após o cancelamento da luta no UFC 213, o dirigente afirmou que a lutadora estava “clinicamente bem”.

“Ontem ela começou a passar mal, então a levamos para o hospital. Os médicos fizeram uma completa avaliação nela, e ela estava clinicamente bem para a luta. Ela pesou, foi para a cerimônia de pesagem e voltou para casa”, disse Dana, em entrevista à emissora americana “ESPN”.

“Nesta manhã, Nunes ligou de novo e falou que não se sentia bem. Então levaram ela novamente ao hospital e iniciaram uma bateria de exames, e ela disse que não queria lutar. Ela não estava se sentindo bem e disse que não queria lutar. Ela estava clinicamente bem, foi examinada e tudo estava bem, mas ela disse que não se sentia bem”, completou.

No dia 31 de agosto, em sua primeira coletiva após o cancelamento, Amanda afirmou que não estava chateada com Dana, mas o desmentiu. Segundo ela, o médico do UFC confirmou que ela sofria de crise de sinusite no dia do combate.

“Não fiquei chateada. O que o médico do UFC passou para ele foi quase isso. Voltei para o UFC e fiz exames, e ele descobriu um fluido na parte da minha sinusite crônica. Foi isso. Não estava conseguindo, não tinha feito nada para os fluídos saírem. O Dana White falou o que ele pensa, ele é o dono do show, fala o que quiser. Faço meu trabalho. Já remarcaram a luta. É entrar lá e voltar com o cinturão de novo”, relatou.

O tema também foi motivo para provocação de Shevchenko, que afirmou não confiar na versão de Amanda.

“Eu não acredito nessa história de sinusite e essas coisas. Eu simplesmente não acredito. O verdadeiro motivo para ela ter pulado fora, eu acho, foi que ela perdeu muito peso em 24 horas e estava se sentindo fraca. É o verdadeiro motivo”, disparou.

Na primeira luta entre as duas, em maio de 2016, Amanda venceu Shevchenko por decisão unânime dos árbitros.

UFC 215

Rogers Place, em Edmonton (EUA), às 19h15 (de Brasília)

Onde assistir: Canal Combate

CARD PRELIMINAR

Kajan Johnson x Adriano Martins (Leves)

Luis Henrique x Arjan Bhullar (Pesados)

Mitch Clarke x Alex White (Leves)

Gavin Tucker x Rick Glenn (Penas)

Sarah Moras x Ashlee Evans-Smith (Galos)

Sara McMann x Ketlen Vieira (Galos)

CARD PRINCIPAL

Jeremy Stephens x Gilbert Melendez (Penas)

Ilir Latifi x Tyson Pedro (Meio Pesados)

Henry Cejudo x Wilson Reis (Moscas)

Neil Megny x Rafal dos Anjos (Meio Médios)

Amanda Nunes x Valentina Shevchenko (Galos)

Fonte: COMBATE