Vozes roucas da competência

Caros amigos do Polêmica, na última sexta feira fui surpreendida com a notícia do desligamento da amiga, conterrânea e competente colega Edileide Vilaça (Leia o post aqui) dos quadros da Rede Paraíba de Comunicação, por compromissos pessoais na minha terra Natal (Cajazeiras) fiquei off-line todo o fim de semana e eis que outra notícia igualmente triste me pegou de surpresa. Outra amiga querida e competente dona de uma voz que encantou diversas emissoras de rádio no Estado e há 15 anos fazia parte dos quadros da rádio Tabajara foi sumariamente demitida.  Márcia Cabral que também é apresentadora da TV Assembleia recebeu a notícia do seu afastamento por telefone sem nenhuma justificativa plausível no último sábado (24/01).

Essas novidades não me agradam, pois me lembram as voltas que o mundo dá e principalmente como vi e vivi por 3 vezes a forma como a voz do meu pai foi silenciada dos microfones de outras emissoras. Não vou entrar nos motivos que levaram aos respectivos desligamentos, pois sabemos que emissoras privadas e públicas trabalham com linhas editoriais, motivações políticas e/ou financeiras.

Não conheço as motivações do desligamento da querida amiga Edileide Vilaça, mas deixo aqui minha tristeza por não mais poder ouvi-la sempre lúcida, inteligente e atuante no cenário político cultural da CBN. Tenho igual apreço e admiração pela editora e igualmente competente radialista Verônica Guerra, e por isso sei que Edileide não tarda a voltar nas ondas da Frequência Modulada. Sei dos espinhos que enfrentam editores e diretores diante de tantos problemas na chefia de uma redação.

Posso falar mais detalhadamente do último desligamento da colega Márcia Cabral. Márcia se afastou da emissora do estado em julho de 2013 para tratamento de um câncer de ovário, e lutou bravamente inclusive servindo de exemplo e superação. Márcia venceu e voltou aos quadros da TV Assembleia em julho de 2014 onde apresenta por ironia do destino o programa Viva saúde, Márcia vive e respira a comunicação no rádio e na TV com muita paixão e entusiasmo.  Ao se apresentar na rádio Tabajara querendo retomar o seu posto, a colega recebeu a informação que esperasse que o departamento pessoal entraria em contato, coisa que não ocorreu até o dia 24 de janeiro deste ano. Márcia poderia ter ficado feliz por estar recebendo seu salário sem ter que dar expediente, mas Márcia ama o que faz e esse afastamento foi motivo de muita angústia e apreensão. A surpresa pela notícia da sua demissão sem nenhum motivo nos faz pensar como somos descartáveis, como nossa profissão é frágil diante do tão poderoso 4º poder que é a mídia. Falo de Márcia não apenas como amiga e colega de profissão, falo dela como pessoa linda, (por dentro e por fora) competente, doce e meiga. Já passou pelas emissoras: RÁDIO CONSTELAÇÃO FM, ANTENA 4 (SISTEMA CORREIO DE COMUNICAÇÃO), RÁDIO CIDADE FM, RÁDIO JOVEM PAN FM, RÁDIO ARAPUÃ FM. Além dos seus trabalhos como apresentadora da TV Assembleia, e do programa do Tribunal de Contas do Estado para televisão.

Venceu o câncer, foi recebida, e teve total e irrestrito apoio da Coordenação de Comunicação da Assembleia pela profissional que é e pela forma que sempre se portou e se orgulha de ter galgado cada degrau pela força do seu trabalho sem apadrinhamentos de qualquer espécie. Voltou à telinha da TV Assembleia mas o microfone da Tabajara foi negado, e nós perdemos mais uma vez a linda e doce voz da nossa Marcinha como carinhosamente é conhecida por todos na TV Assembleia. Eu gostaria de crer que tudo foi um mal entendido que tudo não passou de um erro justificável. Mas infelizmente fiquei órfã de duas vozes que se calaram. A voz rouca do bom radialismo nunca se cala mas tenho certeza que logo teremos nas ondas do nosso rádio essas mulheres fortes, competentes e de fibra que muito honram a nossa tão sofrida profissão.