Um funk cantado por Mr. Catra, exaltando a facção criminosa Família do Norte (FDN), que promoveu um banho de sangue em presídios de Manaus, no início do ano, ganhou as redes sociais e colocou o cantor sob investigação do Departamento de Repreensão ao Crime Organizado (DRCO) da Polícia Civil do Amazonas. O empresário do funkeiro, Alex Gordinho, afirmou ontem que Mr. Catra não iria se pronunciar sobre o assunto enquanto não fosse notificado oficialmente.
Segundo o site do jornal A Crítica, de Manaus, o delegado geral adjunto da Polícia Civil do Amazonas, Ivo Martins, avalia que o vídeo faz apologia ao crime e o cantor está passível de punição perante ao Código Penal Brasileiro.
“O vídeo demonstra que ele faz apologia sim ao crime e muito mais a alguns criminosos (Ronny e Coquinho) que são por eles citados. Isso por si só denota a prática de infração penal tipificada no art. 287 do Código Penal”, afirmou. “Não dá pra afirmar se ele (Catra) tem envolvimento com a facção e isso precisa ser verificado”, ponderou o delegado, segundo o jornal de Manaus.
No vídeo, disponível no Youtube, Mr. Catra exalta traficantes da Compensa, bairro de Manaus apontado pela polícia como berço do tráfico de drogas na cidade. No início do funk, Catra cita nomes de “Ronny” e “Coquinho”, presos pela polícia amazonense com armas sem registro no mês passado. Eles são acusados de serem mandantes de homicídios e de pertencerem à facção Família do Norte.
Em um trecho do funk, Catra ainda incentiva meninas a se relacionarem com traficantes da facção criminosa. “Gatinha, se tu tem sorte, vai ganhar moral com a Família do Norte. Ela é responsa. Ela é presença. Senta devagar com os ‘trafica’ da Compensa (sic).”
Logo no início do vídeo, o funkeiro avisa “Isso é Compensa, malandro, tu não se mete” e então cita apelidos de pessoas que seriam traficantes, segundo a polícia. No fim da gravação, de cerca de um minuto, o funkeiro ainda clama por liberdade “para geral”, dando a entender que o pedido se destina aos bandidos presos.
Em outro vídeo na Internet, que seria de um show em Manaus, no último dia 16, segundo o portal amazonense Em Tempo, Mr. Catra também pede a libertação de Ronny e Coquinho. Ele ainda diz “se é família, é família”, sendo aplaudido pelo público que grita o nome da facção.
Em nota, a assessoria de Catra informou que o artista não tinha ciência de que os nomes citados no funk eram referentes a traficantes da capital amazonense. O vídeo, de acordo com a nota, foi encomendado por uma pessoa que pediu a Catra que enviasse uma rima de funk. A assessoria do cantor, no entanto, não soube informar o nome da pessoa que pediu a gravação.
https://www.youtube.com/watch?v=T83-JeWciW0
Fonte: O Dia