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VEJA VÍDEO - Companhia aprimora robôs sexuais e diz que até 2050 transar com máquinas será tão comum quanto escovar os dentes

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Joe toca Anita, diz algumas palavras-chave lidas de um cartão e pergunta: “O que acontece agora?”. Ela é um robô com feições humanas e responde: “O que você quiser”. Eles fazem sexo.

A cena é da série “Humans”, do canal AMC, que teve a primeira temporada exibida neste ano e imagina como as relações se complicarão quando robôs se tornarem produtos acessíveis.

“Humans” não está assim tão longe da realidade –ao menos na questão sexual, o que levanta polêmicas sobre o uso de máquinas “inteligentes” para o prazer.

A companhia americana True Companion afirma ser a primeira do mundo a fornecer robôs sexuais. O modelo feminino Roxxxy é vendido desde 2010 (também há uma versão masculina).

O aparelho movimenta a cabeça e fala com o usuário (“Estou tão excitada”, diz ela quando lhe tocam os seios, de acordo com um vídeo de demonstração). Também pode ter aparência customizada (o cliente escolhe suas características) e cinco opções de personalidade pré-programadas (da mais comportada à ousada). Os orifícios têm sensores e motores para permitir uma experiência mais realista. O preço: US$ 7.000.

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Anita, personagem robô da série 'Humans
Anita, personagem robô da série ‘Humans’

“Robôs nunca estão aborrecidos e nunca trairão ou trarão doenças aos parceiros. O que nossos clientes querem é amor incondicional”, diz à Folha o fundador da companhia, Douglas Hines, que não revela quantos robôs, feitos sob demanda, já vendeu.

A empresa Real Doll, também dos EUA, trabalha em uma nova versão de suas bonecas realistas, que já tiveram 8.000 unidades vendidas, inclusive para o Brasil –eles também vendem uma versão masculina.

O objetivo é permitir que os aparelhos, feitos em tamanho real de humanos, também respondam com expressões faciais às carícias dos donos.

“Tivemos consumidores que se casaram com suas bonecas, afirmando que elas salvaram suas vidas após a morte de um parceiro ou o fim do relacionamento”, disse a empresa à Folha, em nota.

‘ROBOFILIA’

Nem todo mundo vê essas “relações” com bons olhos. Em setembro, Kathleen Richardson, pesquisadora de ética em robótica da Universidade De Montfort (Reino Unido), lançou a campanha “Não Faça Sexo com Robôs”.

Para ela, o tema está intimamente ligado à transformação de pessoas em objetos –as máquinas, segundo ela, reforçam os estereótipos e transformam as próprias pessoas em objetos.

“É perigoso organizar a sociedade em volta da despersonalização de alguns, porque seus corpos atendem aos desejos de outros usando mais poder e recursos”, diz.

“Aqueles que promovem o sexo com robôs estão dizendo às pessoas que seria igual a ter um relacionamento com uma pessoa. É um absurdo: um robô só imita o comportamento humano.”

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Boneca Real Doll, robô humanoide usado para fazer sexo
Boneca Real Doll, robô humanoide usado para fazer sexo

O consultor em tecnologia britânico Ian Pearson, que alardeia ter um índice de acerto de 85% em suas previsões para o futuro, diz que é inevitável que, em algum tempo, transar com robôs seja tão comum quanto com humanos, popularizando a “robofilia”.

“Pessoas certamente irão se apaixonar pelas máquinas e pela inteligência artificial –que pode, inclusive, retribuir”, afirma o pesquisador, autor de um estudo divulgado neste ano sobre o assunto (leia mais abaixo).

Para ele, o diferencial das máquinas será a customização e a interatividade, por meio da inteligência artificial.

Todo esse desenvolvimento terá impacto na sociedade, levantando questões éticas. “De qualquer modo, não acho que as pessoas vão parar de ter famílias por causa dos robôs. O que pode acontecer é que uma pequena parcela da população, que não tem habilidades sociais, se vicie nessa prática”, afirma Pearson.

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Imagem de divulgação mostra homem transando com robô True Companion
Imagem de divulgação mostra homem transando com robô True Companion

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PREVISÕES PARA O SEXO NO FUTURO

2030

A maior parte das pessoas vai fazer alguma forma de sexo usando realidade virtual –com a mesma frequência com que se vê pornografia hoje. Com o desenvolvimento de lentes de contato para a transmissão, a experiência será cada vez mais realista

2035

A maioria das pessoas terá seu próprio brinquedo ou dispositivo de sexo (como vibradores) que interage com realidade virtual. Com a ‘internet das coisas’, nosso sistema nervoso vai se conectar diretamente à rede, nos permitindo experimentar sensações

2050

Começaremos a ver o sexo com robôs se popularizar. Isso separará ainda mais o relacionamento amoroso do sexo, tornando comum que parceiros transem com máquinas, sem que considerem isso uma traição

https://www.youtube.com/watch?v=kW-CiUwFGHU
Créditos: Folha com Polêmica Paraíba