A morte física de Luciano Agra se consolida na forma da dor silenciosa da precoce “partida” como o Prefeito de João Pessoa, em melhor sintonia com o despojamento, tomou-se de perfil típico de um intelectual forjado na classe Média e, portanto, dela fez trampolim nos estudos para grandes saltos intelectuais até, por acaso, se constituir na maior autoridade pública da Capital da Paraíba.
Não fosse a vaidade rodeando ao redor, a História contemporânea da Paraíba seria outra. A impressão latente é de que Agra fez de tudo para ser diferente mas, atropelado pela cultura impositiva e braba, rendeu-se ao recato e, em resposta, sedimentou outro caminho não proposto a si antes disso, até se deparar com novo prefeito, no caso Luciano Cartaxo, por força de seu empenho e semelhanças de propósitos.
Mas, mesmo sendo imponente referir-se a ele como Prefeito de João Pessoa de melhor forma diferenciada, na verdade, ele sempre foi um arquiteto de formas e modos, professor universitário da UFPB inquieto, um devorador de livros, um conceituador de Filosofias sem as quais, conforme dizia, a Política sempre exerce a transformação, entretanto, são precisos outros valores para manter a longevidade do Poder.
A HISTÓRIA DESFEITA
Desde quando em vida plena, Luciano Agra se foi sem saudades expostas de como construíra com seu ex-maior aliado uma Proposta conceitual diferenciada e de gestão para exercício real, a partir da maior cidade da Paraiba espraiando-se por todo o Estado até a tomada do Poder pleno – algo que se inspirara-se na “Tomada da Bastilha” na França, onde a “nova ordem Coletiva” propunha e recebera aval para a transformação.
Era tempo em que Agra constituira-se no mais expressivo formulador de conceitos e projetos para a Capital, até porque muito do que o então prefeito Ricardo Coutinho anunciava ou concluía, tinha na retaguarda a figura zelosa e de resultados do arquiteto de Ingá, Campina Grande mas que acabou tomado pela condição de João Pessoalmente filho adotivo.
Veio o tempo, e como foi dito, a vaidade exacerbada, o absolutismo processual reagiu abruptamente contra a possibilidade de Luciano Agra se consolidar como alternativa de gestão pelo saldo existente, mas talvez ai ele não tivesse tudo saúde.
NOVO CICLO
A crise e rompimento com seu ex-maior amigo de lides humanas, políticas e intelectuais lhe fez refazer muitos caminhos. Mesmo acometido de Hepatite C, sempre soube se cuidar até para investir fundo na Filosofia, na sabedoria incomum dos filósofos, que o ajudaram a conceituar na Política.
Por isso não se desviou de seu perfil típico de Classe Média bem resolvido, na sua, cara fechada, devorador de leituras, mas acessível como poucos ao fazer política ao seu estilo discreto e, agregando mais na frente, a aba simbólica do chapéu de Santos Dumont – passando assim a ser do estilo famoso um prefeito de fato diferente.
Nessa fase aproximou-se ao senador Cassio Cunha Lima sempre co-adjuvado pelo Colega de lutas de nome Nonato Bandeira, seu fiel escudeiro.
Por vários fatores se aproximou-se mais de Cássio Cunha Lima foi suplente de Wilson Santiago mas, de agora em diante, melhor tratado na memória e nas bênçãos de Deus.
Lá se vai um Homem de Bem, um arquiteto e intelectual como poucos do Planeta.
ÚLTIMA
“O nome/ a obra imortaliza…”