O Itamaraty busca informações sobre 19 pessoas que tentavam chegar a Miami saindo do Caribe
Renato Soares de Araújo, de 32 anos, da cidade de Sardoá, no Vale do Rio Doce, é um dos desaparecidos
Pelo menos duas famílias mineiras de cidades da região do Vale do Rio Doce estão ansiosas e preocupadas com o desaparecimento de seus parentes que tentavam entrar ilegalmente nos Estados Unidos. Um barco com dezenas de pessoas que saíram do Caribe está desaparecido. Pelo menos 19 ocupantes seriam brasileiros. Além de mineiros, estariam no barco também pessoas do Pará e de Rondônia.
Segundo o Ministério das Relações Exteriores, o barco teria feito uma travessia das Bahamas, no Caribe, em direção a Miami. Os brasileiros teriam embarcado no dia 6 de novembro e, desde então, os familiares não tiveram mais contato. Entre os desaparecidos está Márcio Pinheiro de Souza, natural da cidade de Sardoá, e Renato Soares de Araújo, da mesma cidade.
Marcilene Soares de Araújo é irmã do Renato, que tem 32 anos. Ela disse que ele saiu no dia 29 de outubro de casa. Ele foi atrás da mulher, que já está lá, com o filho de quatro anos. É a segunda vez que ele tenta entrar nos EUA. Na primeira, ele foi pelo México, mas não teve sucesso. Ele ficou preso durante dois meses, mas depois voltou para casa. Segundo a irmã, ele estava vivendo de bicos na zona rural e queria tentar mais uma vez a vida nos Estados Unidos.
A última vez que Marcilene falou com o irmão foi no dia 6 de novembro. Na família são, ao todo, 13 irmãos. Ela conta que o Natal está angustiante.
Já Márcio de Souza, o outro mineiro desaparecido, saiu de Sardoá no dia 30 de outubro com o objetivo de se encontrar com um irmão e outros parentes que moram lá. Ele fez o último contato com a família no dia 5 de novembro. Assim como Marcilene disse, os familiares de Márcio também perderam contato com os ‘coiotes’ que o levavam, e isso aumenta mais a suspeita de que alguma coisa deu errado na travessia.
O Itamaraty informou à CBN que a embaixada brasileira em Nassau, capital das Bahamas, está em contato constante com familiares, autoridades do país caribenho e dos Estados Unidos. Ainda segundo a embaixada, as guardas costeiras dos Estados Unidos e das Bahamas fazem buscas constantes no percurso da travessia à procura de vestígios de um possível naufrágio, mas, até o momento, nada foi encontrado.
A possibilidade de prisão desses brasileiros nas Bahamas também não foi descartada, mas, segundo o Itamaraty, não existem registros de brasileiros em nenhuma penitenciária do país.
Créditos: Crédito: Arquivo de família Por Raquel Romagna