patrimônio

Teatro Santa Roza, em João Pessoa, é entregue após obra de R$ 4,5 milhões

Teatro vai ser reaberto com sessão de 'Como nasce um cabra da peste'.  

Reabertura do teatro, de 127 anos, acontece nesta quinta-feira (22) em João Pessoa (Foto: Walter Rafael/Secom-PB)

O Teatro Santa Roza, um dos mais tradicionais da Paraíba e o mais antigo de João Pessoa, deve ser reaberto ao público nesta quinta-feira (22) após passar mais de três anos fechado para reforma. Uma solenidade está prevista para as 19h (horário local), com a apresentação da peça “Como nasce um cabra da peste”. Patrimônio material da Paraíba, a reforma no prédio custou aproximadamente R$ 4,5 milhões.

A obra foi separada em três partes. A primeira etapa foi de R$ 883.976,60 e na segunda, R$ R$ 1.710.483,41. A terceira e considerada a mais importante etapa, que consistiu na compra e montagem da caixa cênica bem como cenotecnia, iluminação e sonorização, teve investimento de R$ 1.866.426,05, totalizando R$ 4.460.886,06 para reformar o espaço, que é tombado Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado da Paraíba (Iphaep).

Foram realizados no processo de reforma: recuperação na coberta do teatro, polimento no piso em taco de madeira, recuperação nos lambris, recuperação e substituição de janelas e portas inclusive dos camarins, restauração da fonte lateral, revisão na rede elétrica com especial atenção aos lustres do salão, troca de todo o sistema de climatização, bem como colocação de um novo grupo gerador, novo projeto de iluminação da fachada e do entorno teatro e toda sua pintura interna e externa.

Em novembro deste ano, o Teatro Santa Roza completou 127 anos de existência, reunindo, neste mais de um século história, momentos importantes da sociedade paraibana. O espaço foi palco de acontecimentos políticos, históricos e culturais. Esta nova reforma deverá levar o espaço a outro patamar de utilização.

Adriana Pio, diretora do Santa Roza, explica que justamente pelo tombamento, com a reforma, não haverá mudança na capacidade de público ou alteração na estrutura da edificação do teatro. Porém, é um equipamento com ótima capacidade de atender ao público e apresentações artísticas. A plateia está configurada com 427 assentos; sendo 224 dispostos nos camarotes dos dois pavimentos, 194 no térreo, três para deficientes físicos, três para obesos e três no camarote do governador do Estado.

Por dentro , o Tetaro Santa Roza se assemelha à proa de um navio e tem estilo neoclássico com influência greco-romana (Foto: Antônio David/ Secom-PB)

Para Simone Guimarães, diretora da Superintendência de Obras do Plano de Desenvolvimento do Estado (Suplan), esta é mais uma obra que coloca a Paraíba na rota cultural nacional. “Esta obra foi feita com zelo, cuidado, pensando no patrimônio que o teatro representa, incluindo orientação do Iphaep. A climatização é toda nova, as novas cortinas recuperaram o glamour original do espaço, entre várias restaurações. Tudo para proporcionar à população grandes apresentações”, relatou a superintendente.

O Teatro Santa Roza foi palco de importantes acontecimentos artísticos e históricos da Paraíba, como a assembleia que concebeu a bandeira do Estado; a sessão da Assembleia Legislativa que mudou o nome da capital estadual de Paraíba para João Pessoa – em homenagem ao então presidente (governador) assassinado em 26 de julho de 1930; e ainda funcionou como cineteatro no período de 1911-1941.

A Fundação Joaquim Nabuco, entidade vinculada ao Ministério da Educação, informa que a pedra fundamental para a sua construção foi oficialmente lançada em 2 de agosto de 1852, por meio da Lei Provincial nº 549, durante o governo de Francisco Teixeira de Sá. A edificação ficou sob a responsabilidade da Sociedade Particular Santa Cruz, sendo suspensa em 1882, por falta de recursos financeiros.

Fonte: G1