O Soft Swing nada mais é que o costume de participar de atividades sexuais com seu parceiro na mesma sala que outro casal, mas não trocar ou compartilhar parceiros.
Soft Swing é visto como a porta de entrada para o swing completo. Ele oferece a oportunidade para os casais, que são novos na “cena do swing”, se sentirem confortáveis em envolverem-se em atos sexuais na frente dos outros. Antes de progredirem para a troca de parceiros e swing completo.
“As referências que temos de soft swing são da década de 2000, quando as pessoas começaram a dar essa denominação aos casais que estavam começando a frequentar os swing, mas que ainda eram muito ligados a penetração”, diz a especialista em sexualidade Julia Franco.
As casas e festas de swing têm muitas regras a serem seguidas, mas os casais que as frequentam também podem colocar limites aquilo com o que se sentem confortáveis ou não. Se a penetração com outra pessoa é algo que incomoda, ninguém é obrigado a fazê-lo.
“É necessário acordo indiferente das práticas. É preciso conversar antes até onde o casal está disposto a ir, como vão se relacionar com as outras pessoas e qual situação é desagradável”, diz Jéssica Siqueira, sexóloga da Plataforma Sexo sem Dúvida.
A especialista diz que há relatos de casais que, por tesão, acabam quebrando o acordo e chegando a penetração com outros parceiros. A quebra de acordo pode até mesmo causar separação. “O casal precisa estar em sintonia com o que quer. É comum, não só no swing, uma das partes estar cedendo a vontade do outro e isso gera insegurança e ciúme”, diz Jéssica.
Confira o relato de algumas mulheres que usam o site Sexlog, uma rede social de práticas sexuais, que costumam praticar soft swing com seus parceiros.
Cada um com o seu
“Nós praticamos soft swing geralmente quando vamos a baladas liberais. Nós nos relacionamos com outros casais, mas acabamos transando juntos. Estou casada há sete anos e em São Paulo tem muitas baladas liberais, que contam com áreas reservadas para swing e cabines privadas, onde há alguns buracos, conhecidos como ‘glory hole’ (buraco da glória, na tradução literal). Nele, você pode colocar partes do seu corpo para que elas sejam estimuladas porque está na cabine ao lado. Você coloca o bumbum e alguém a penetra com o dedo, o homem coloca o pênis e pode receber sexo oral ou ser masturbado. E você não sabe quem é.
Gostamos dessas cabines privês pela surpresa. Dá tesão não saber quem está te estimulando. Depois, transamos entre nós, com a porta aberta, para que as pessoas possam ver. Nessa hora, tem gente que interage com a gente, coloca a mão e participa de outras formas, mas sem penetração.
Nós praticamos swing de todos os jeitos. Conhecemos alguns casais no Sexlog que só deixam que eu me relacione com a mulher, mas na hora do sexo com penetração, cada um transa com seu marido. É até comum no swing esse tipo de coisas. Por ciúmes, alguns casais fazem essa escola”, S.G., 46 anos
Tesão diferente
“Praticamos o soft swing quando queremos ir para curtir mesmo, mais para aproveitar a brincadeira, sem penetração. Entre eu e meu marido não rola ciúmes. Antes de decidirmos entrar para o swing conversamos bastante para não deixar esse sentimento atrapalhar. Claro, que tem um pouco lá no fundinho, porque temos sentimentos um pelo outro, mas tentamos controlar ao máximo.
Nós também fazemos trocas onde podem rolar penetração, mas alguns dias, queremos ir apenas para conhecer pessoas. Não combinamos antes, por isso já rolou troca algumas vezes. Nossas únicas regras são: não pode beijar na boca e tem que usar camisinha sempre.
O soft swing traz um tesão diferente, mas que também é gostoso. O sexo em si não é só a penetração e, ás vezes, curtimos mais um oral do que a penetração em si”, Q. S. 37 anos
Como controlar o ciúme?
Por mais que a conversa tenha sido clara e que os combinados estão sendo seguidos, nada impede que, ao ver a parceria com outra pessoa, bata aquele ciúme, desconforto e acabe com o seu tesão. Ficou ruim? Para tudo e abre o jogo. Ninguém deve fazer o que não quer.
“Existem formas de você lidar com o ciúmes. O soft swing é um caminho para construir esses limites de até onde vocês estão dispostos a ir. O que percebo é que, entre os swingers, as pessoas preferem manter a relação com outros apenas sexual, mas sem envolvimento emocional”, diz Julia. Para elas, para muitos o sexo não é problema, mas sentir algo por outra pessoa pode ser considerado uma traição.
Para funcionar, o importante é sempre ficar firmes nas regras estabelecidas e repensar o que pode ou não depois de experimentarem. “Se vocês curtiram assim, na próxima pensar se vão fazer algo a mais. É necessário confiança”, diz Júlia. Por exemplo, se combinaram que podia fazer oral, mas não beijo, não pode se deixar levar. Mas se a vontade surgiu, por que não repensar? “Não deixem de explorar outras práticas por medo”, concluí Júlia.
Fonte: Universa
Créditos: Polêmica Paraíba