Os sócios do Clube dos Oficiais da Polícia e Bombeiros Militares da Paraíba realizaram uma assembleia na noite dessa terça-feira (29), onde foram revogados os principais artigos que impediam que as chapas adversárias ao atual presidente pudessem concorrer. No encontro, que aconteceu na sede da entidade, também foi decidido por unanimidade que o clube só terá apenas uma reeleição, colocando fim aos mandados consecutivos como vem acontecendo há mais de 20 anos no COPM.
As mudanças foram feitas nos artigos que estabeleciam um percentual mínimo de 60% de participação nas assembleias para que os sócios pudessem concorrer – mesmo com essas não sendo amplamente divulgadas – e proibiam a candidatura daquele que buscasse a justiça para obter o direito de ser votado.
O coronel José Ronildo, que tentou concorrer nas últimas eleições, mas foi impedido pela manobra das conhecidas ‘cláusulas de barreira’ que eram estabelecidas por esses artigos, disse que a abertura do diálogo que resultou nas decisões da assembleia dessa terça-feira foi importante e espera que os acordos sejam cumpridos para que a categoria dos oficiais possa voltar a crescer.
“Sem representatividade nenhuma classe constituída consegue avançar neste país, nossa preocupação é justamente essa, tanto que coronéis que são sócios nos procuraram preocupados com esse impasse sobre a presidência do Clube para mediar um diálogo que resultou neste acordo que começou a ser cumprido com a assembleia dessa terça, derrubando logo de início essas cláusulas de barreiras que eram um verdadeiro desrespeito à democracia, pois inviabilizava o direito do sócio de ser votado e de exercer a livre escolha”, comentou.
Próximos passos
Pelo que foi acordado, após a extinção das cláusulas de barreiras que foi feita na assembleia dessa terça-feira, os sócios irão realizar outra assembleia para reformular todo o estatuto do clube. O novo encontro deve acontecer em até 60 dias e nele os sócios vão definir quanto tempo o coronel Francisco ainda permanecerá no cargo, já que não houve votação para decidir quem seria o novo presidente do COPM.
A luta por melhorias continua
Coronel José Ronildo disse que é preciso avançar mais e garantir o direito de voto aos oficiais dos Bombeiros Militares e buscar formas de contemplar os oficiais do sertão, que não têm espaços no Clube, segundo ele, já que para usufruir o que paga tem que se deslocar em grandes distâncias. “Eu luto pela democracia e ela tem que ser ampla, corrigindo erros graves que hoje existem como a não abertura do direito de voto ao sócio do corpo de bombeiros e as condições desumanas que são impostas ao associado do sertão, que tem que percorrer quilômetros para ter direito a algo, como aconteceu nas últimas eleições, onde teve oficial que viajou mais de 400 km para poder votar e quando chegou no COPM aconteceu o que aconteceu (referindo-se a aclamação do coronel Francisco sem consultar as urnas para conhecer a vontade dos sócios)”, pontuou.