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RECOMPENSA - Estado de SP oferece R$ 50 mil por informações sobre assassinos de camelô

O valor divulgado é o máximo que pode ser pago para um denunciante. O sigilo é garantido a quem se interessar dar informações

Michael Melo/Metrópoles

A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP) anunciou que vai pagar R$ 50 mil de recompensa para quem der informações que levem a prisão de Alípio Rogério Belo dos Santos, de 26 anos, e Ricardo Martins do Nascimento, de 21, acusados de espancar até a morte o vendedor ambulante Luiz Carlos Ruas, de 54, na Estação Pedro II do Metrô, no dia 25 de dezembro.

A iniciativa faz parte de uma parceria da pasta com o Instituto São Paulo Contra a Violência. O valor divulgado é o máximo que pode ser pago para um denunciante. O sigilo é garantido e quem se interessar dar informações deve acessar o site da Secretaria.

Segundo a Polícia Civil, os dois suspeitos brigaram com uma travesti e a agrediram na noite de Natal. Ruas tentou apartar a briga, mas começou a ser espancado pela dupla. Ele chegou a correr para dentro da estação, mas não conseguiu fugir. Imagens gravadas pelas câmeras de segurança mostram que o vendedor foi agredido com socos e chutes n a cabeça e as agressões continuaram mesmo quando ele já estava desacordado.

Nesta terça-feira (27), a Justiça decretou a prisão temporária dos acusados por 30 dias. Segundo o delegado Osvaldo Nico Gonçalves, diretor do Departamento de Capturas e Delegacias Especializadas (Decade), um dos suspeitos estava urinando próximo do metrô quando foi repreendido por uma travesti. “Começou uma discussão e logo os dois suspeitos começaram com as agressões”, disse.

Gonçalves contou que Ruas tentou apartar a briga, mas acabou agredido. “Estamos com 35 investigadores trabalhando na captura desses bandidos. Todos os esforços estão sendo feitos para botar esses dois moleques na cadeia. São uns covardes”, afirmou o delegado.

Protesto
À tarde, o padre Júlio Lancellotti, da Pastoral do Povo de Rua, e integrantes do grupo LGTB, Família Stronger, fizeram um protesto na estação Pedro 2.º e, depois, se reuniram com o delegado Gonçalves. “Houve um assassinato, um crime bárbaro”, disse o padre. “Eles perseguiram um travesti. Depois, espancaram um negro, pai de família, até a morte. Se não exigirmos Justiça, nada será feito”, disse Luiz Fernando Uchôa, integrante do grupo.

Versão dos acusados
O advogado dos acusados, Marcolino Nunes Pinho, informou que irá apresentar os clientes à polícia se a prisão for revogada pela Justiça. Nesta quarta-feira (28), ele irá fazer o pedido. Na versão dos acusados, Santos teve o celular roubado e começou a discutir com um travesti que teria participado do roubo. “O Alípio contou que o Ruas deu uma garrafada na cabeça dele e aí começaram as agressões”. Na versão do defensor, não houve assassinato, mas uma “lesão corporal seguida de morte.”
Créditos: Estadão Conteúdo