O anúncio da eliminação de Gil, no último paredão do “BBB 21”, foi precedido por uma longa explicação de Tiago Leifert. Cuidadoso, o apresentador quis deixar claro que a decisão não levou em conta a trajetória do participante, mas sim o entusiasmo de quem votou contra ele. “Uma turma mais pragmática, que vota”, explicou.
Por que Gil, uma figura que “entrou para a história” do programa, como disse Leifert, perdeu para Camilla, uma participante que não vai deixar maiores lembranças? A resposta é, aparentemente, simples: porque recebeu mais votos – 50,87% do total, contra 47,65% da rival e 1,48% de Juliette.
O fã-clube de Juliette, a participante mais popular, fez mutirão para eliminar Gil, e isso parece ter sido decisivo para o resultado. Mas a culpa não é dos apaixonados “cactos”, como se intitulam os fãs da maquiadora. Os fãs de Gilberto devem reclamar é com a Globo.
A emissora incentiva os mutirões de votação. Gosta destes números estratosféricos de votos porque eles são um sinal de engajamento – e isso se tornou um troféu na negociação de pacotes de patrocínio com as marcas.
O “BBB” não está preocupado com justiça. Quer engajamento. E conseguiu, mais uma vez, ainda que em níveis um pouco inferiores aos registrados na edição passada.
A solução para evitar distorções como a que ocorreu esta noite é simples e sabida por todos – um limite de votos por pessoa. Ou um voto por CPF, como prega há anos meu colega Chico Barney. Ou, ainda, como sugerem muitos leitores, estabelecer o voto em quem deve ficar, como é na “Fazenda”, e não em quem deve sair. Mas a Globo não quer nada disso.
* Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Polêmica Paraíba
Fonte: UOL / Mauricio Stycer
Créditos: UOL