Ricardo Vescovi, diretor-presidente da mineradora Samarco, prestou depoimento na manhã desta sexta-feira na Delegacia Especializada de Proteção ao Meio Ambiente, no Bairro Carlos Prates, em Belo Horizonte. O depoimento de Vescovi estava marcado para quinta-feira, em Mariana, mas a Polícia Civil informou que a oitiva havia sido transferida para a semana que vem.
Hoje, entretanto, em sigilo, o executivo da mineradora que pertence à Vale e ao grupo australiano BHP Billinton compareceu à polícia para ser ouvido pelo delegado Aloísio Fagundes, da 2ª Delegacia Especializada de Crimes contra o Meio Ambiente e Conflitos Agrários, e o depoimento durou pouco mais de uma hora. Vescovi saiu apressado da unidade policial e não quis falar com a imprensa.
Em nota, a Polícia Civil informou que Ricardo Vescovi compareceu à delegacia acompanhado de dois advogados e que foi ouvido por cerca de 80 minutos. O delegado não revelou detalhes da oitiva, afirmando apenas que foi importante para conhecer a estrutura da empresa. “Conseguimos visualizar melhor o organograma e entender as responsabilidades de cada área, o que vai nos direcionar melhor para a busca de outras informações daqui pra frente”, explicou.
Na tarde desta quinta-feira, o delegado Aloísio Fagundes colheu depoimento da bióloga Daviely Rodrigues Silva, gerente de Geotecnia e Hidrogeologia da Samarco. Com isso, subiu para 11 o número de pessoas ouvidas somente em Belo Horizonte no inquérito policial presidido pelo delegado regional de Ouro Preto, Rodrigo Bustamante. Cinco pessoas já foram ouvidas em Mariana.
Até o início da manhã desta sexta-feira, o inquérito policial aberto um dia após o rompimento da barragem já somava mais de 160 páginas, incluindo, além dos depoimentos, guias periciais expedidas, documentos anexados para análise, informações colhidas por investigadores junto à população de Bento Rodrigues e outros documentos.
Nos primeiros 20 dias de apuração, completados na quinta-feira (26), as análises de documentos e os primeiros levantamentos da perícia criminal subsidiaram os delegados para que a fase mais intensa de depoimentos, que prevê cerca de 60 pessoas interrogadas até o fim de dezembro.
Fonte: Estado de Minas