Dona Hermínia

Paulo Gustavo diz que 'Minha Mãe É uma Peça 3' é filme mais político

 

Dona Hermínia sempre terá uma história a contar se depender de seu criador, o humorista Paulo Gustavo. A personagem inspirada na mãe dele, Déa Lúcia, já levou quase 10 milhões de pessoas aos cinemas nos dois primeiros filmes.

Para dar fôlego a “Minha Mãe É uma Peça 3”, que estreia nesta quinta-feira (26), Gustavo se inspirou mais uma vez em sua própria família, que também está crescendo. Ele é casado com o dermatologista Thales Breta. Os dois são pais dos gêmeos, Romeu e Gael, gerados por meio de uma barriga de aluguel.

“Esse é o meu filme mais autobiográfico e mais político. Eu quis falar do meu pai [Carlos Alberto] que foi morar na frente da casa da minha mãe, do meu casamento, da minha paternidade”, afirma o humorista, que tirou proveito desses novos acontecimentos em sua vida real para dar gás a novas piadas.

Dona Hermínia e Carlos Alberto (Herson Capri) vão ter mais brigas pela frente, mesmo com a separação estando mais do que consumada. E com o casamento dos filhos chegando, a história ganha novas dimensões ao fazer um retrato de diferentes famílias.

O filho Juliano (Rodrigo Pandolfo) casa-se com Tiago (Lucas Cordeiro). As duas sogras não se dão bem e tudo vira briga, já que a família de Tiago é rica e quer dominar a festa. Dona Hermínia, que está em casa sem filhos e sem ter o que fazer, acha que vai se divertir organizando tudo, mas se vê apenas como uma convidada.

Já Marcelina (Mariana Xavier) resolve ser uma mãe ecológica, com direito a parto natural e proibição do uso de chupeta, o que deixa Dona Hermínia furiosa. Casada com Sol (Cadu Fávero), ela decide viver em uma casa afastada para que sua criança cresça em meio à natureza.

“O sucesso do filme se dá a essa homenagem que eu faço a minha família e a todas as famílias que se identificam com essas histórias e com a própria Dona Hermínia, que é carismática, espirituosa e fala o que os outros querem falar, mas não tem coragem”, diz Paulo Gustavo.

Criticado por falas de Dona Hermínia e até pela falta de beijo no casamento do personagem Juliano, Gustavo lembra que é preciso ver o filme completo para se dar conta de que a produção é até mais questionadora que as anteriores.

“Quando a Dona Hermínia diz que a Marcelina deu no primeiro encontro é tudo uma brincadeira. Essa é uma conversa tão antiga, as pessoas hoje já podem dar quantas vezes no tempo delas –claro que Marcelina foi rápida”, diz humorista, aos risos. “Isso não faz da personagem uma pessoa conservadora, é só uma conversa bem-humorada.”

Ele lembra ainda que a divulgação de cenas do filme coincidiu com o fato de o prefeito do Rio, Marcelo Crivella (PRB), ter proibido a venda de um HQ na Bienal do Rio por causa de um beijo gay entre personagens. “Aconteceu essa coisa chata de o Crivella e as pessoas ficaram com beijo na cabeça, mas a cena é o olhar de Dona Hermínia para aqueles filhos casando e seguindo o caminho do amor, que foi o que eu senti na minha vida”, afirma o ator.

Para Paulo Gustavo, o beijo gay precisa ser naturalizado. “A questão é que o beijo nem passou pela minha cabeça na hora de eu construir a cena, porque o filme é maior que isso. É o meu filme mais político e estou muito feliz e orgulhoso desse trabalho.”

O ator aproveita para incluir alguns ‘flashbacks’ de quando os filhos de Dona Hermínia eram crianças e elas os defendia do bullying que eles sofriam na escola, já por suas escolhas. Os trechos deixaram o filme longo, mas tiveram a missão de mostrar a força da transformação que o amor materno pode ter.

E será que Dona Hermínia tem fôlego para mais um filme? “Não sei se eu faria o ‘quatro’, eu precisaria ter uma boa ideia para isso. Claro que pensei que poderia ter uma história de Dona Hermínia com os netos, enquanto os filhos viajam. Mas vou me concentrar mais na série que terá na Globoplay”, diz o humorista.

Fonte: noticias ao minuto
Créditos: –