As principais marcas patrocinadoras do “BBB 21” estão assustadas e preocupadas com os rumos tomados pelo reality show da Globo e pela repercussão negativa que está tendo. Em comunicações por escrito, já na segunda-feira (01), os anunciantes mencionam a “tortura psicológica” que a cantora Karol Conká teria praticado dentro da casa contra Lucas e Juliette.
A coluna apurou que as marcas estão trocando informações entre si, especulando sobre o que podem fazer. Uma das possibilidades aventadas foi uma manifestação pública em conjunto. Até agora, porém, nenhum patrocinador veio a público falar sobre o assunto. A Globo está a par da preocupação das marcas e procurou tranquilizá-las.
A emissora diz que “as atitudes e comportamentos variados dentro da casa do Big Brother Brasil fazem parte da dinâmica do jogo, acompanhada de perto pela direção do programa e por uma equipe de psicólogos que atua e oferece suporte sempre que necessário”.
Ainda segundo a Globo, “as discussões geradas provocam reflexão sobre temas relevantes para os participantes e também para o público, impulsionando movimentos de conscientização, mobilização para mudanças e gerando consequências na própria dinâmica do programa, com a eliminação daqueles cujo comportamento agrade menos a audiência”.
Por fim, a emissora reconhece que os patrocinadores estão acompanhando o caso com atenção: “Esses assuntos, inevitavelmente, entram na pauta também das marcas parceiras que estão presentes a cada edição como um convite para fazerem parte das conversas e dessa trajetória de evolução da sociedade”.
O programa exibido pela Globo na TV aberta não mostrou nenhuma das cenas mais chocantes em que Karol manifestou o que foi classificado por muitos como “tortura psicológica” contra Juliette e Lucas. Mas diversos vídeos com trechos do reality show expondo preconceito, opressão e tentativas de “cancelamento” foram captados na transmissão online e têm circulado nas redes sociais.
Na terça-feira (02), o “BBB” promoveu uma atividade entre os participantes destinada justamente a discutir “cancelamento”. O objetivo era que eles refletissem sobre quem estava agindo na casa como “cancelador”. Para quem está olhando de fora, a resposta parecia simples: Karol, Lumena, Negro Di. Mas a maioria respondeu que os “canceladores” eram Lucas e Juliette, justamente os alvos principais dos ataques.
Em resposta à repercussão das atitudes de Karol dentro do reality show, o Festival Rec-Beat decidiu cancelar a exibição do show pré-gravado que ela faria no evento. Já o programa “Prazer Feminino”, apresentado pela cantora e pela ex-BBB Marcela Mc Gowan, que iria estrear em fevereiro no GNT, não tem mais data de lançamento.
Numa edição com número recorde de marcas, são oito os patrocinadores principais. Destes, Americanas, PicPay e Avon são cotistas “big” e estão sendo expostos na Globo, no Multishow e nas plataformas digitais da companhia. Os cotistas chamados “anjos” são Amstel, C&A, McDonald’s, P&G e Seara, com presença também na TV aberta, mas não nos produtos digitais.
Quase todas as grandes marcas hoje têm se apresentado publicamente como defensoras de princípios como representatividade, diversidade, tolerância, respeito. E muitas entenderam, pensando no saldo final positivo da edição passada, que seria ótimo se associar ao “BBB 21”.
A Avon, uma das empresas que manifestou preocupação com os fatos ocorridos no programa, é um bom exemplo. É a primeira vez que anuncia no reality show. A marca de produtos de beleza tem um posicionamento explicito em defesa da diversidade das mulheres e contra os preconceitos. A campanha que tem exibido no “BBB” mostra mulheres bem diferentes em matéria de aparência, idade e raça.
Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: UOL