Um homem sai do seu país para se tornar pastor missionário na Finlândia. Funda uma igreja, casa com uma finlandesa, tem filhos e, 20 anos depois, vira destaque em um dos maiores programas musicais da televisão europeia. Poderia ser o roteiro de uma comédia romântica, mas é a vida de Roberto Brandão, 40 anos. Brasiliense que surpreendeu ao cantar o hit Sign of the Times, do ex-integrante da banda One Direction Harry Styles, no palco do The Voice of Finland.
“Foi a minha primeira vez em um palco, em frente às câmeras. Foi emocionante”, disse o pastor ao Metrópoles. O brasiliense virou a cadeira de Olli Lindholm, mas recebeu muitos elogios dos demais jurados: Toni Wirtanen, Anna Puu e Redrama. Todos astros das rádios europeias. “Eu tenho um supercantor agora”, disse o técnico de Roberto.
O artista conta que sua maior referência vem da própria casa, mesmo tendo ficado órfão muito jovem. “Meu pai era instrumentista e sempre tocava para a gente. A música é a lembrança mais forte que guardo dele”, comenta. Roberto chegou a ser backing vocal enquanto morava na Inglaterra. Mas a grande escola do músico foi a igreja que fundou na Finlândia. Lá, o cantor exercita o dom nos corais e grupos de louvor.
Casado há 11 anos e pai de três filhos, o brasileiro fala que sua esposa foi quem o inscreveu e o incentivou a participar da competição. “A princípio, eu não queria, pois não gosto muito de estar em frente às câmeras. Mas a seleção dos cantores foi realizada em um karaokê, lugar onde eu adoro estar”, lembra.
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Não foi fácil para o brasiliense chegar até o palco do The Voice, que recebeu 2,5 mil inscrições. Dessas, apenas 112 foram para a seleção no Karaokê. Só depois é que os 50 candidatos partiram para a primeira fase do musical, as audições às cegas. “Eu não fui com o objetivo de competir com ninguém, e sim comigo mesmo. E quero trazer uma mensagem positiva para quem assiste”.
Não é a primeira vez que alguém da família do cantor entra para um reality. Sua filha, Sara Brandão, de 11 anos, participou do MasterChef Júnior, em 2017. A pequena ficou entre os seis melhores cozinheiros mirins do país.
Brandão garante que não sofreu preconceito nem resistência dos outros participantes por ser brasileiro. “Eu sempre carrego a minha cultura por onde vou. Na Finlândia, a educação é muito alta. Eles não têm preconceitos. Não importa de onde você vem, e sim o seu talento”, avalia. De acordo com ele, o público também é receptivo. “A repercussão na internet tem sido boa. Recebo o apoio da população e muitos comentários positivos nas minhas redes sociais”, conclui.
Fonte: Metrópoles
Créditos: Metropole
