OUÇA: Chico diz que ‘as rádios da Paraíba não tocam música paraibana’

Em entrevista a CBN carioca, ele fala dos desafios a frente da secretaria de Cultura

 

chicocesarO cantor e compositor paraibano, Chico Cesar, concedeu entrevista a Rádio CBN na noite desta segunda-feira, 11, e falou sobre a carreira e o período que esteve a frente da secretaria de Cultura.

Ele falou sobre a mudança de mentalidade das pessoas acerca do que é cultura para as pessoas no que se trata de festa populares e citou um caso em que Geraldo Azevedo se apresentou em Campina Grande, na abertura dos festejos juninos, e as pessoas chamavam apenas pelos cantores sertanejos sem, de fato, apreciarem a música que ele apresentava naquele momento.

“Geraldo Azevedo é como o Tony Ramos da música ou Frejat do rock, que todo mundo quer bem e aí ele falou: ‘olha eu estou aqui fazendo a minha parte, estou tocando Luiz Gonzaga e Jackson do Pandeiro e se alguma coisa está fora do lugar, não sou eu, e continuarei fazendo o meu show todinho’; e ele fez”, destacou o músico citando exemplo prático das preferências das pessoas sobre shows.

Ele destacou o apoio do governador Ricardo Coutinho no momento em que houve um movimento pedindo a sua saída da pasta de cultura, intitulado #ForaChico e logo depois surgiu um #FicaChico. “Eu recebi uma ligação do governador dizendo para eu segurar a onda que ele estava comigo e que já tinha concedido entrevista me defendendo”, pontuou.

Chico Cesar culpou o despreparo de gestores que contratam o mesmo tipo de atração cultural em todas as festas do ano e eu julgava que seria bom trazer boas atrações de raiz nos festejos juninos e assim nós fizemos.

“A gente vê que as plateias estão despreparadas porque as pessoas foram transformadas em plateia pouco crítica, eu fiquei surpreso quando fiquei sabendo que as pessoas vaiaram Geraldo Azevedo cantando música regional, infelizmente nas rádios da própria Paraíba toca pouquíssima música paraibana e aí muita coisa desses pacotes que as gravadoras mandam, que os empresários do entretenimento mandam e que são até mais fortes que as gravadoras”, destacou.

O compositor disse ainda que foi convidado para compor a equipe de Ricardo Coutinho porque “o gestor maior, que era prefeito de depois governador, era meu companheiro de luta nos bairros e no movimento estudantil e eu acho que temos sempre que nos perguntar o porquê de estarmos aqui e sabermos que sonhamos com isso sabíamos que a nossa classe sonhava em estar no poder e sabíamos que faríamos bem”, finalizou.

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