Oscar pode incluir novos indicados depois de boicotes por racismo

George Clooney, Mark Ruffalo e Lupita Nyong’o se mostraram críticos em relação à Academia

oscar filmeDepois da campanha de boicote ao Oscar do diretor Spike Lee, que afirmou não ter interesse em participar do evento devido à ausência de negros nas indicações, muitos atores e atrizes aderiram à mobilização e contagiaram espectadores do mundo inteiro.

Segundo reportagem publicadapelo The New York Times, a Academia de Arte e Ciências Cinematográficas (responsável pela seleção e premiação) parece disposta a fazer alterações em diferentes categorias do prêmio. Não foi divulgado as possíveis mudanças, nem as categoria, mas a Academia fará uma reunião na terça-feira (26/01) para discutir o assunto.

Críticos opinam que não seria possível uma mudança ainda este ano e que para os próximos, a solução da Academia seria adicionar mais indicados na categoria de Melhor ator ou Melhor Atriz ou colocar uma nova premiação para atores latinos, asiático, negros e hispânicos.

Outra polêmica

Para acrescentar polêmica á discussão, a atriz Charlotte Rampling indicada ao Oscar na categoria Melhor atriz, se opôz ao boicote dando uma declaração para canal drancês Europe 1.

“Isso é racismo contra os brancos. É difícil saber se é o caso, mas pode ser que os atores negros não merecessem estar na reta final”, afirmou a atriz em entrevista.

Rampling tampouco se mostrou a favor da criação de cotas para melhorar a representação das minorias entre os finalistas ao Oscar, como propôs o cineasta Spike Lee, que apoia o boicote ao lado de figuras como Will Smith e Jada Pinkett.

“Por que classificar as pessoas? Vivemos em países onde somos mais ou menos aceitos… Mas sempre haverá problemas e [gente que diga] ‘ele é menos bonito’, ‘ele é negro demais’, ‘o outro é branco demais’… Por isso é preciso criar milhares de pequenas minorias em todo canto?”, questionou. Quando lhe pediram para precisar sua opinião, Rampling deu por finalizado o assunto com um “no comment” (sem comentários).

Na última semana, atores como George Clooney, Mark Ruffalo e Lupita Nyong’o se mostraram críticos em relação à Academia, enquanto o hashtag #OscarsSoWhite se multiplicava na internet. Rampling é a primeira que rompe o consenso. A atriz de 69 anos, que ganhou o prêmio melhor atriz no último festival de Berlim, disse que estar “na lista dos indicados [ao Oscar]” já é uma recompensa, pois significa “a entrada no grande clube do cinema que é a Academia”.

Estado de Minas