O novo shopping Pátio Intermares vai sair - Roberto Santiago vai ter finalmente um concorrente de peso

A construção do Pátio Intermares deverá ser iniciada dentro de mais trinta dias, conforme previsão do engenheiro Sérgio Gonçalves, gestor de shopping center do Grupo Marquise. Responsável tanto pela obra como por todos os encaminhamentos burocráticos necessários ao licenciamento e instalação do empreendimento, foi com ele que conversei sexta última à tarde depois de provocado por um leitor preocupado com a suposta demora de vermos homens e máquinas trabalhando.

PATIO-INTERMARES
Por  Rubens Nóbrega

Do Jornal da Paraíba

A construção do Pátio Intermares deverá ser iniciada dentro de mais trinta dias, conforme previsão do engenheiro Sérgio Gonçalves, gestor de shopping center do Grupo Marquise. Responsável tanto pela obra como por todos os encaminhamentos burocráticos necessários ao licenciamento e instalação do empreendimento, foi com ele que conversei sexta última à tarde depois de provocado por um leitor preocupado com a suposta demora de vermos homens e máquinas trabalhando.
Trabalhando no terreno que margeia a extensão da BR 230 que a gente chama de Estrada de Cabedelo (sentido João Pessoa) à altura do Jacaré. O terreno limita-se ao fundo com a linha do trem; do lado direito, com um condomínio residencial de alto padrão; à esquerda, com uma faculdade de medicina que já começa a se expandir. Ah, quem me provocou (no bom sentido) para saber do shopping perguntou “se o bicho está de rosca, foi adiado ou cancelado?”.
“Nem uma coisa nem outra ou qualquer uma delas”, garantiu o executivo. Lembrou, a propósito, que construir é a ‘praia’ do Grupo Marquise, o que aumentaria a meticulosidade e cuidados nos cálculos em todos os projetos – do hidráulico ao elétrico, passando pelas fundações – que envolvem uma empreitada do gênero. Essa seria uma das razões que retardaram o início dos trabalhos, apesar de já ter sido providenciada a limpeza do terreno com a supressão do mato ali existente. Outro motivo seria uma ampliação que deixará o shopping maior do que o projetado inicialmente, ou seja, maior dos que 64 mil metros quadrados de área construída dimensionada na planta original.

Detalhes do investimento

Do conjunto de pedra, cimento e cal, 54 mil metros quadrados deverão ser ocupados por lojas, quiosques e outros estabelecimentos comerciais e de serviços, secundados por um estacionamento para 2.500 carros. Esses e outros dados referenciam um investimento de mais de R$ 200 milhões, emprego para 1.500 operários na fase construtiva e outros 4.500 quando o shopping for inaugurado e começar a funcionar. Operando a plena carga, o faturamento anual deve girar em torno dos R$ 600 milhões, o que proporcionaria uma receita em impostos da ordem de R$ 75 milhões para os cofres públicos de Cabedelo e do Estado da Paraíba.

Sabotagens e sacanagens

O Grupo Marquise vem pelejando há quase três anos para obter licenças e alvarás para ‘bater o centro’ do Pátio Intermares. Primeiro, um bando de vereadores de Cabedelo tentou sabotar o shopping, mudando a legislação local para configurar o terreno como área de preservação e proteção especial, tipo reserva de mata virgem intocável. A população foi às ruas, revoltada com a manobra (segundo consta, estrumada pela concorrência) e os pretensos sabotadores recuaram.
Depois foi a vez da Sudema, órgão do Estado, botar todas as pedras no caminho, recusando-se sistematicamente a acatar os laudos técnicos e os argumentos apresentados pelo investidor de que o terreno não compunha uma área de proteção permanente (app), até por que há muito está tomada por condomínios residenciais, armazéns, clínicas e empresas de ensino.

 

Voltando à Prefeitura

Foi luta desatar aqueles nós, mas ainda faltam alguns. Antes de cavar os alicerces, encostar material, montar alojamentos e refeitório de operários, Marquise tem que pedir um alvará à Prefeitura de Cabedelo. Para tanto, tem que levar toda uma nova documentação com as alterações feitas no projeto original, lá depositado desde meados de 2013, se não me falha a memória pouca.
Além do mais, outra novidade no processo é que o pedido será assinado exclusivamente por representante do grupo, não mais por uma das herdeiras do terreno. O imóvel, pelo que entendi da conversa com Sérgio Gonçalves, foi todo comprado pelo grupo e está pra ser ou já foi escriturado em nome de seu novo proprietário.
Shopping de alto padrão

Desde quando soube da intenção do Grupo Marquise venho acompanhando toda essa batalha e torcendo pela construção do novo shopping. Compreendo que o investimento trará, sem dúvida, benefícios importantes para a economia local e estadual. Não há, de outro lado, motivo relevante ou preocupante para os temores dos outros empresários do ramo. Pelo que ouvi de Sérgio Gonçalves, o Pátio Intermares pretende atrair consumidores de elevado padrão de consumo. A maioria das 200 lojas articuladas, além das 15 âncoras já asseguradas, trabalha com marcas e franquias diferentes e diferenciadas daquelas que já operam no Manaíra, Mangabeira, Mag e Tambiá.
Não dá para desconsiderar, todavia, que estudos recentes indicariam a saturação desse mercado na Paraíba. Mas se cabe ou não mais um shopping de grande porte, isso vai depender da dinâmica da própria economia e do provável crescimento material dos potenciais consumidores. As estimativas indicam que o Brasil voltará a crescer dentro de dois anos, depois de vencer mais uma suposta estagnação. Dois anos é o tempo esperado para o shopping da Marquise ficar pronto.
Boto fé no empreendimento porque todos sabem que por trás está um grupo empresarial consolidado entre os grandes do Nordeste. Sem contar que em matéria de shopping já construiu dois ou três, o último em novembro de 2013. Refiro-me ao Parangaba, de Fortaleza (CE). Quem conhece sabe a beleza que é. O Pátio será igual em matéria de conforto e requinte e maior em tamanho.