Até hoje tenho gravado na memória as festas de Natal da infância. Nunca tivemos um ator vestido de Papai Noel, mas minha mãe sempre alimentou a fantasia. Ela nos fazia dormir cedo para o velhinho poder colocar os presentes ao lado da cama. Lembro perfeitamente da emoção de acordar e ver os embrulhos ali.
Quando meus filhos nasceram, sempre me preocupei em manter o sonho do Natal. Acredito que essas lembranças fazem parte da vida de uma criança. Mas, em um ano especifico, não aconteceu o esperado.
Tempos atrás, organizei um Natal bem caprichado. Consegui reunir todas as famílias – o que sempre foi muito difícil. A casa estava decorada, árvore enorme, cheia de presentes e as crianças alvoroçadas com a chegada do Papai Noel. Tudo perfeito.
Após muita insistência, minha irmã Valéria e as filhas vieram somente para presenciar o momento da chegada do Papai Noel, já que também estavam reunindo a família em sua casa. O atraso foi muito grande e elas foram embora. As meninas chorando, aquele estresse.
Eu, claro, fiquei possessa com o contratado. Ele chegou mais ou menos duas horas depois do combinado – com uma Mamãe Noel que fez a alegria dos adolescentes presentes. Eu estava, literalmente, bufando de raiva. Ele tentou se explicar, mas não quis conversa: pedi ao ator para se redimir com as minhas sobrinhas, porque elas tinham ido embora desoladas.
Cumprido o papel dele com meus filhos e enteados, dei o endereço da minha irmã e os presentes que deveriam ser entregues às minhas sobrinhas. Problema resolvido.
Hoje, rimos muito com essa história, mas não deve ter sido confortável para os pais explicarem o acontecido.
Lembranças à parte, o Natal não é uma noite qualquer. É o momento das famílias se reunirem e celebrarem o amor. Neste ano, estou programando uma grande noite e tenho certeza de que será mágica. Mas, desta vez, sem Papai Noel. Ainda bem.
Fonte: Metrópoles
Créditos: Vivianne Leitão Piquet