#guguvive

"Meu pai foi generoso até depois que partiu", diz filho de Gugu Liberato sobre doação de órgãos

A confirmação da morte do apresentador Gugu Liberato completa um ano neste domingo (22). Ele caiu de uma altura de 4m quando fazia um reparo no ar-condicionado no sótão de sua casa em Orlando, nos Estados Unidos.

Na semana em que a morte de Gugu Liberato completa um ano, a família do apresentador lança a campanha #GuguVive, que incentiva a doação de órgãos no Brasil.

“A coisa que eu mais gostaria de fazer é encontrar essa pessoa [que recebeu os órgãos do Gugu]. Vou fazer de tudo para achar essa pessoa, porque eu acho que eu vendo essa pessoa, veria o meu filho. Se eu abraçar ela, acharia que estou abraçando meu filho”, comentou sua mãe, Maria do Céu, em coletiva na tarde desta quinta-feira, 19.

Ela relembra que mudou de opinião em relação ao fato e não se arrepende: “Quando pediram para doar os órgãos, eu não queria dar. Não achava bom, porque achava que iam tirar pedaços da pessoa e ela ia ficar toda deformada. Depois eu aceitei. Estava triste, agora estou feliz por ter aceitado doar os órgãos dele.”

Aparecida Liberato, irmã do apresentador, destacou: “Quem escolheu doar os órgãos não fomos nós, foi o Gugu. Ele falou em vida que queria doar os órgãos e nós apenas consentimos. A campanha surgiu a partir dele”.

João Augusto, filho do apresentador, falou sobre como foi passar este primeiro ano sem Gugu: “Sinto meu pai no meu coração todos os dias. Eu penso nele demais e sinto a presença dele comigo. Sinto que ele está comigo, vendo o que está acontecendo, e esse sentimento me acalma”.

“Fico orgulhoso de meu pai ser uma pessoa tão generosa, e que isso não mudou depois que ele partiu. A gente saber que ele está salvando mais de 50 vidas aqueceu nossos corações. O sofrimento ainda existe, mas diminui”, continuou.

“Tem vários porta-retratos do meu pai nos quartos. Quando vou dormir, dou um beijinho no quadro e fico pensando todas as noites sobre isso”, relatou sua filha, Marina. A outra irmã, Sofia, relembra o lado artista do pai: “todos os dias que tenho [aula de] artes na escola, lembro dele pintando, me ajudando”.

Os três filhos de Gugu Liberato reafirmaram o desejo se tornarem doadores de órgãos. “No começo estava meio insegura. Agora que sei que posso ajudar muitas pessoas, claro que quero ser doadora de órgãos”, destacou Sofia.

Campanha #GuguVive
Segundo a Our Legacy, instituição que cuidou da retirada dos órgãos de Gugu, sua conservação e intermediação com os pacientes, estima que cerca de 50 pessoas foram beneficiadas pelo ato.

Mais informações sobre a campanha e sobra a doação de órgãos no Brasil – que apresentou queda durante a pandemia – podem ser consultadas no site Gugu Vive (clique aqui para acessar).

A campanha #GuguVive também lançou um canal no YouTube que já conta com diversos depoimentos de artistas em prol da causa, como Marcos Mion, Zico, Carlos Alberto de Nóbrega, Luciana Gimenez, Xuxa, Eliana, Raul Gil, Rodrigo Faro e Geraldo Luís.

Entre eles, Rose Miriam Di Matteo, mãe dos filhos de Gugu, que falou sobre as saudades do apresentador: “A dor é imensa e a saudade é eterna”. Após a morte do apresentador, ela busca na Justiça o reconhecimento de uma união estável com ele.

A coletiva de imprensa da campanha #GuguVive foi realizada na tarde desta quinta-feira, 19, com a presença de familiares como sua mãe, Maria do Céu, seus filhos, Marina, Sofia e João Augusto, sua irmã, Aparecida, os médicos Ben-Hur Ferraz e Paulo Pêgo, que já foram presidentes da Associação Brasileira de Transporte de Órgãos (ABTO), Carolina Cohen, da Colabore com o Futuro e Esther Rocha, que foi assessora e amiga pessoal de Gugu.

A morte de Gugu Liberato
O apresentador Gugu Liberato teve sua morte anunciada por volta das 21h de 22 de novembro de 2019. Posteriormente, o laudo médico apontou que o apresentador já havia sido dado como morto no dia anterior, por conta de um traumatismo craniano.

Aos 60 anos de idade, ele caiu de uma altura de 4m quando fazia um reparo no ar-condicionado no sótão de sua casa em Orlando, na Flórida, nos Estados Unidos.

Fonte: Estadão
Créditos: Estadão