Maurício de Sousa, criador da Turma da Mônica, relembrou suas primeiras tentativas de se tornar um desenhista profissional e um ‘conselho’ nada amigável que ouviu para que desistisse da carreira quando jovem em entrevista ao Altas Horas do último sábado, 17.
“Sempre gostei de desenho, nasci numa casa de artistas. Rabiscava, e, desde criança, queria fazer história em quadrinhos, criar personagens e contar histórias.”
Mauricio garante que, em sua família, desde o seu bisavô, todos eram grandes contadores de história, mas o talento acabou não sendo passado da mesma forma a ele: “Eu não sabia contar muito bem história, e sobrou pra mim contar histórias com desenho.”
Quando tinha cerca de 18 anos, saiu de Mogi das Cruzes, onde vivia, e foi procurar emprego na redação de um jornal em São Paulo. Conseguiu uma entrevista com o diretor de arte.
“Mostrei meus desenhos pra ele e, depois de examinar sem muita vontade, falou: ‘Menino, desista. Desenho não dá futuro, não dá dinheiro. Vai fazer outra coisa da vida.’ Aquele grande desenhista e artista fala isso pra mim? Caiu o chão dos meus pés.”
“Saí da sala dele meio sem saber o que ia acontecer na vida a partir dali. Cruzei a redação e um velho jornalista falou pra mim: ‘O que houve menino?’. Contei e ele falou: ‘Faz o seguinte: entra aqui no jornal pra fazer qualquer outra coisa, faz amizade, treina mais o desenho, aperfeiçoa, e depois você mostra pro redator-chefe'”, complementou Maurício.
Desta forma, entrou no jornal como revisor de texto e, algum tempo depois, passou a trabalhar em uma vaga de repórter policial: “Nunca tinha pensado nisso, mas como eu lia muito gibi, falei: ‘puxa vida, se eu entrar nisso vou virar um herói de história em quadrinho!'”
“Passei uns anos fazendo isso, tava começando a gostar quando me lembrei que minha ideia anterior era desenho. Fiz meu primeiro personagem, o Bidu, e o Franjinha”, relembrou sobre os primórdios da Turma da Mônica, trabalho pelo qual ficaria conhecido mundialmente anos depois.
Maurício ainda aproveitou sua presença no programa para presentear Serginho Groisman com um exemplar do que foi considerado como o “maior gibi do mundo” pelo Guinness World Records, segundo ele.
Fonte: Terra
Créditos: Terra