Mãe de Regina Casé em Amor de Mãe, atriz paraibana foi perseguida e viveu escondida na ditadura

Além da carreira como atriz, Zezita Matos, 78 anos, também tem história com sua atuação na política do Brasil. A paraibana, que faz participação especial em Amor de Mãe como a progenitora de Lurdes (Regina Casé), foi perseguida por policiais durante a ditadura, em 1964. Ela teve de viver escondida na casa de um parente para não ser presa.

Zezita começou a atuar aos 16 anos em João Pessoa, capital da Paraíba. Na juventude, ela entrou para o Partido Comunista Brasileiro e participou de movimentos de esquerda.

A atriz e seus amigos de partido passaram a ser alvos dos militares, e ela ficou na mira dos repressores após seu namorado ser preso. Oficiais do governo foram procurar Zezita na escola onde estudava, mas ela foi salva por um “detalhe”. Desde a infância, era chamada por todos de Zezita, mas seu verdadeiro nome é Severina.

Nas listas de chamada, os militares só encontraram Severina e não sabiam que se tratava da mesma pessoa. “Severina em 1964 me salvou de ser presa”, declarou a atriz em seu depoimento no documentário O Olhar de Zezita.
Ao descobrir que estava sendo perseguida, a intérprete da mãe de Lurdes viveu seis meses escondida na casa de um tio para não ter o mesmo destino de prisões e torturas que alguns de seus companheiros enfrentaram.

TV, teatro e academia
Ao sair de seu esconderijo, Zezita seguiu a carreira de atriz e também diversificou seus estudos. Ela se formou em Letras e trabalhou como professora e coordenadora acadêmica das áreas de Pedagogia e Letras do Centro Universitário de João Pessoa, do qual hoje é aposentada.

Já os trabalhos de Zezita como atriz se concentraram mais no teatro, ainda na Paraíba. “[Não é que] Não teve oportunidade, teve. Mas eu nunca quis sair daqui. Eu acho que o bom é fazer [teatro] aqui, com as pessoas que eu conheço. Criar a minha história como parte do teatro paraibano”, explicou.