O cantor Juberlino Martins Levino, 64 anos, conhecido no meio artístico como ‘Fuba de Taperoá’, faleceu na noite desta terça-feira (17) em Guarulhos, na grande São Paulo, de falência múltipla de órgãos, em decorrência de diabetes. Há pelo menos dois anos ele vinha tentando, sem sucesso, conviver com a doença e acabou morrendo pelas complicações que se acumularam ao longo deste tempo.
O jornalista campinense Assis Costa, estudioso das culturas populares, disse que Fuba vivia em grande dificuldade financeira em São Paulo. Por conta disso, relata Assis, a família deve optar por fazer o sepultamento lá mesmo, em virtude da falta de condição financeira para trazer o corpo para Taperoá, sua terra Natal. Assis afirmou que Fuba de Taperoá deixa 12 discos gravados – Carlos Magno.
Conheça a História de Fuba de Taperoá:
De acordo com informações do Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira, Fuba de Taperoá nasceu na região de Cariris Velhos, na cidade de Taperoá, terra de outros importantes artistas brasileiros, como Vital Farias e Zito Borborema, além do escritor Ariano Suassuna.
Já aos 12 anos começou a tocar zabumba em sambas, nome dado ao forró de então, em sítios do Cariri e em cabarés. Mesmo de menoridade, sua presença acabava sendo imposta nas festas sob pena de elas não acontecerem sem a presença do pequeno zabumbeiro. Ainda em Taperoá participou de uma banda de música com Vital Farias.
Seguiu com o cunhado Zito Borborema para Campina Grande, onde este fazia sucesso com o forró “Mata Sete”. Apresentou-se pela primeira vez em rádio em programa dirigido por Rosil Cavalcante. Com a ida de Zito Borborema para o Sudeste, continuou em Campina Grande e em Taperoá trabalhando como mestre-de-obra. Na mesma época apresentava-se também em diversos forrós, como os do Clube Guarani, Ipiranga e forró da Véia Antônia.
Em 1964, foi para o Rio de Janeiro de carona num caminhão de carga de sal. Pouco depois mudou-se para São Paulo. No início dos anos 1970 passou a freqüentar o forró de Pedro Sertanejo e a pensão da alagoana Dona Biu, reduto de artistas nordestinos naquela época, onde costumavam reunir-se artistas como Luiz Gonzaga, Jackson do Pandeiro e outros. Na gravadora de Pedro Sertanejo gravou suas primeiras músicas em discos pau-de-sebo, reunindo vários cantores.
Participou também de diversos outros discos coletivos. Em 1981 gravou seu primeiro LP, “Lembrança de Taperoá”. Em 1985 lançou o segundo disco, “Cantando e sorrindo” e, em 1988, o terceiro, “Na pisada do forró”, todos com a produção de Dominguinhos, com quem trabalha há mais de 10 anos.
Em 2000 lançou o primeiro CD, “Vai lá no meu forró”, pela Panela Music, com direção artística de Elba Ramalho e produção de Dominguinhos, que também toca acordeom, contando ainda com a participação de Gereba na viola na música “Solidão da vida”. O CD contou com 12 composicões, a maioria de sua autoria com diversos parceiros, com destaque para “Bela menina”, em parceria com Lereu do Pandeiro, “Quem eu quero bem”, com Olimpio Profiro, “Tá assim de gavião” com Durval Vieira e “A minha terra é assim” com Luis Amorim. O disco foi lançado durante show com a cantora Elba Ramalho.
Em 2002 participou de homenagem a Luiz Gonzaga e Jackson do Pandeiro na casa de espetáculos Malagueta no Rio de Janeiro, juntamente com, entre outros, Miltinho Edilberto, Trio Pé de Serra e Nadinho do Acordeom. Em 2012, realizou participação especial no CD “Nandinho do Pandeiro e seus convidados cantando suas composições”, do também percussionista Nandinho do Pandeiro. No disco, participou das músicas “Guria”, “Borogodó” e “Agradeço à natureza”.
Fonte: Blog do Carlos Magno